quarta-feira, 31 de julho de 2013

Ele e ela.

Ele sorria, ela sorria; ele se aproximava, ela tropeçava no degrau; ele ria da cena, ela ria junto; ele cutucava, ela beliscava; ele perguntava da prova, ela falava do livro; ele fazia cara de bobo, ela o abraçava; ele ficava sem graça, ela abraçava mais forte ainda; ele inventava assunto quando não tinha, ela falava qualquer coisa; ele cutucava de novo, ela empurrava; ele segurava os pulsos dela, ela se soltava e mandava-o embora. Ele fingia que ia embora, dava dois passos e voltava rindo. E ainda custavam a acreditar que estavam na mesma sintonia.

"E o teu sorriso no teu silêncio é as escadas e as andas
Com que me finjo mais alto e ao pé de qualquer paraiso... "
[Fernando Pessoa]

sábado, 15 de outubro de 2011

Estamos de volta...

"toda a gama de sentimentos aprendi entre volúpias"

Sinto que preciso de você. Você, espaço. Você, palavra solta. Não suporto mais engasgar com sentimentos que não tenho onde expressar. É o limite, preciso vomitar, evacuar, cuspir. Preciso deste canto de volta.

Estou aqui. É sábado, é madrugada, é silêncio que me obriga a olhar pra mim. Reformei o layout do blog, quem sabe o layout do meu espírito também se reforme. Pássaros porque almejo voar. Quero essa leveza toda, insuportavelmente insustentável. Quero mantê-la! Não mais aquela foto, nem mesmo um título em inglês. Mudei, cresci. Mas ainda não abandonei os infernos nem os desejos. Nem posso, caso contrário não haverão postagens.
Acho que não sei mais escrever. Penso em formas de fazê-lo diferente. Aqui não pode mais ser um confessionário a céu aberto, tampouco quero ser o réu dos olhares arregalados ao meu entorno. Mas preciso rabiscar qualquer coisa, preciso, preciso.
Estou exausta. Estou frustrada. Estou insuportável.
Não aguento mais que apontem dedos gordos pro meu nariz me dizendo como devo ser. Quero negar as bonecas, as saias, as faixas cor de rosa -a subordinação. Não aguento mais ser de borracha, quero negar tanto uso e desuso. Não aguento mais tanta falsidade, tanta ostentação. Quero gritar, quero que alguém olhe pra cá. Parem de dizer que sou 'alto astral', que não aparento fraqueza. Quero poder chorar.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Prometo dar um parecer quando parar de chorar ao olhar pras nossas fotos.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

It's over.

Engraçado como coisas que nunca achamos que fosse passar, passam. E passam pra não voltar mais, e pra gente olhar pras fotos e se perguntar: um dia nos amamos? É quase impossível assentir.

Ah blog, sinto tanto a tua falta! Tantas pessoas que deixaram uma marca, escreveram um pedacinho dessa história. Tantas lágrimas eternizadas nas entrelinhas, tanta paixão queimando nas palavras. Ah, sinto falta da Mara, do Dan e dos romances que eu podia fazer voar, que eram meus. Sinto-me triste porque talvez nunca mais escreva uma palavra sobre os dois. Mara e Dan morreram sem que eu tomasse conhecimento disso a tempo. Se eu traria os dois de volta? Já não sei mais o que ela sente nem o que ele é. E se um dia se encontrarem? Serão dois quaisquer.
Ah blog, aqui vivi tanta coisa, e hoje preciso me ausentar. Quem sabe por um ano, ou dois. Quisera eu não mais que isso.

guardo as lembranças com carinho, blog.
em breve nos veremos.
Aline.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Tenho vontade:



de deitar na grama e brincar de fazer as nuvens parecerem bichos,
de dizer 'será aquela estrela de alguém que já se foi?'
de sentar na calçada e tomar sorvete,
e chocolate quente debaixo de muitos cobertores.
de fazer uma trilha no meio do mato,
e descobrir uma cachoeira.
de jogar videogame comendo pipoca no sofá da sala
de dividir o fone do ipod
de andar de bicicleta no parque,
e dizer 'quem chegar por último é a mulher do sapo'.
de brincar de cozinhar, e fazer sujeira, e ter que limpar tudo depois
de jogar batalha naval
de passar o dia na piscina
de tomar um banho de banheira muito quente,
e sair com os dedinhos enrugados.
de ir ao parque de diversões
de ir à praia
de não ir a lugar nenhum e dormir na rede.
Tenho vontade de dizer que sei ser amiga,
que também sou incrível durante o dia, de tênis, de moleton, sem maquiagem.
que sei ouvir, sei fazer rir
e que sei satisfazer de outras formas.
Só não tenho a ambição de definir,
que não acho necessária (quem criou as definições quis limites),
porque eu odeio limites.
Define-se pros outros,
pra nós apenas se é.
E eu queria ser tudo isso pra você, se você fosse tudo isso pra mim.