quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Querido Dan,
estou tão confusa que não sei o que fazer. saio de viajem hoje à noite, e não sei quando volto. vou para o interior - o meu interior. mandarei notícias em breve, assim espero.
com carinho, Mara.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Querido Dan,


terça-feira, 14 de dezembro de 2010

-que foi, o mundo parou?
-não, está girando rápido demais.

Tantas decisões a serem tomadas, decisões que se erradas impossível será voltar atrás. Consegui o que mais queria: aquela bolsa naquele cursinho que eu nunca conseguiria pagar. Consegui, era o único desejo possível - e que dependia muito mais de mim do que dos outros. Agora sim, vai se matricular e correr atrás do seu sonho? Não sei. Ainda ouço sussurrarem ao meu ouvido todos os motivos pra fazer estágio, as chantagens, o 'desistir não é pra você'. E eu simplesmente fico sem reação. Não sei se quero perder tanto tempo olhando pros lados e pensando 'amanhã vou estudar, hoje vou titular quatrocentos béquers, por mais que eu odeie isso' - é pra pegar o diploma e guardar na gaveta, mesmo que se um dia eu venha a ter necessidade de trabalho, prefira qualquer coisa à ser técnica em alimentos. Prefiro não pensar. E vem os parentes querendo saber se podem me matricular, se tenho certeza que é isso que quero, se estou disposta a dar meu sangue pra ver meu nome na lista de aprovados do ano que vem. Lógico. É tudo que eu mais quero. Quero poder dizer: FODA-SE ESSE CURSO DE ALIMENTOS, FODA-SE ESSE TRABALHO DE VENDEDORA QUE NÃO TEM NADA A VER COMIGO, FODA-SE ESSAS PESSOAS QUE NÃO ACREDITAM QUE TEM UM LUGAR PRA MIM. FODA-SE. Foda-se.
E que venha 2011, com as mesmas ladainhas de 2010. Com o mesmo papo-furado tentando me conquistar. Que venham as futildades (ou a ausência das mesmas), os corações inabaláveis, as indiferenças. Que venham as pessoas dizendo que vivo franzindo o cenho e que vou acabar com rugas. Que venha tudo isso e mais. Quero ver meu nome na lista de aprovados. Basta. E quando isso acontecer vou olhar pra todas as pessoas que duvidaram de mim e dizer 'essa é a hora em que começo um capítulo novo. Completamente novo'.
-que foi, o mundo parou?
-não, está girando rápido demais.

Tantas decisões a serem tomadas, decisões que se erradas impossível será voltar atrás. Consegui o que mais queria: aquela bolsa naquele cursinho que eu nunca conseguiria pagar. Consegui, era o único desejo possível - e que dependia muito mais de mim do que dos outros. Agora sim, vai se matricular e correr atrás do seu sonho? Não sei. Ainda ouço sussurrarem ao meu ouvido todos os motivos pra fazer estágio, as chantagens, o 'desistir não é pra você'. E eu simplesmente fico sem reação. Não sei se quero perder tanto tempo olhando pros lados e pensando 'amanhã vou estudar, hoje vou titular quatrocentos béquers, por mais que eu odeie isso' - é pra pegar o diploma e guardar na gaveta, mesmo que se um dia eu venha a ter necessidade de trabalho, prefira qualquer coisa à ser técnica em alimentos. Prefiro não pensar. E vem os parentes querendo saber se podem me matricular, se tenho certeza que é isso que quero, se estou disposta a dar meu sangue pra ver meu nome na lista de aprovados do ano que vem. Lógico. É tudo que eu mais quero. Quero poder dizer: FODA-SE ESSE CURSO DE ALIMENTOS, FODA-SE ESSE TRABALHO DE VENDEDORA QUE NÃO TEM NADA A VER COMIGO, FODA-SE ESSAS PESSOAS QUE NÃO ACREDITAM QUE TEM UM LUGAR PRA MIM. FODA-SE. Foda-se.
E que venha 2011, com as mesmas ladainhas de 2010. Com o mesmo papo-furado tentando me conquistar. Que venham as futildades (ou a ausência das mesmas), os corações inabaláveis, as indiferenças. Que venham as pessoas dizendo que vivo franzindo o cenho e que vou acabar com rugas. Que venha tudo isso e mais.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

existem dois tipos de saudades: a que vem de cima e a que vem de baixo.
saudade de baixo arde, saudade de cima dói.
saudade de baixo uma ligação cura; saudade de cima...ah, essa não tem remédio...

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Querido papai noel.

Este é meu terceiro natal escrevendo. E se quer saber estou triste. Nada do que eu pedi o senhor trouxe. Nada, nadinha. Falei que estava crescendo e ficando mocinha, e você continuou me trazendo brinquedos. Sempre me desculpei pelos meus erros durante o ano, e também costumava contar sobre as coisas boas. Mas você nem ligava. Este ano não vou escrever nada. Não importa o meu ano né, já que o senhor não vai trazer nem um pirata do que eu pedir. Se bem que eu até gostei do presente desse ano, sei lá, só podia ser mais decente, menos psy-trance, mas elas por elas: eu gostei.
Só que pelo amor à suas renas, não me traga nada parecido. Nada, nadinha. Ou trás o namorado da barbie, ou não trás. Que de bonecos articulados com hobbies "radicais", estou de saco cheio.
sua querida, decepcionada, A.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

a efemeridade da vida me assusta; agora vou tirar esta maquiagem e dormir - e amanhã não serei tão bonita quanto hoje.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

neste natal, não tenho ninguém pra dar presente.
é estranho, chato, sei lá...

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

cotuca chegou ao fim...

"no outono, as folhas não caem porque querem, mas porque é chegada a hora..."

É difícil definir o que se passa aqui dentro. Uma mistura de alegria com tristeza, medo com ansiedade, nostalgia com euforia. Quando entrei no cotuca, o fim deste era tão, mas tão distante, que mais parecia um abismo sem fim, inatingível. Depois que o pessoal de 07 foi embora, deu pra perceber o inevitável: a minha vez de me despedir também chegaria. Ainda assim, ainda tinha muito chão pela frente, um terceiro ano de alimentos inteiro! Com certeza não era hora de pensar no fim.
Só que doismiledez passou. Não foi exatamente como pensei, mas foi. Os amigos realmente fizeram muita falta: as rodinhas com violão, as torcidas nos campeonatos, as aulas cabuladas pra tomar cerveja, os abraços todos os dias de manhã. Confesso ter ficado mais retraída, sem muito 'saco' pra me enturmar com o pessoal que estava entrando. O curso apertou, não era mais uma coisa que dava pra levar na boa. Precisei sim, dar um pouquinho mais que meu sangue pra pegar o tranco; e isso contribuiu com a preguiça de fazer amiguinhos. Minha amigas de sala passaram sim a ser meu apoio. Eram as únicas que entendiam o quão difícil era ser 3ºTA, para as quais eu podia gritar que não estava aguentando mais, ao mesmo tempo em que se tornavam fundamentais pra minha existência. Minhas amigas, minhas irmãs, minhas parceiras pra tudo. E aqui me faltam palavras pra dizer o quanto me sinto desfalcada, sabendo que não estaremos mais juntas pro que vem pela frente. Mas apesar de tudo, houveram surpresas! Viagem maravilhosa de formatura, gincana que nos fez aprender muito, amizades que se transformaram.
Estou com um nó enorme na garganta. Uma coisa que não se desfaz. O meu cotuca chegou ao fim. Três anos acordando afobada e correndo pra pegar o 244, que muitas vezes me deixava na mão. E os 45 minutos de viagem ouvindo as mesmas músicas que não tive tempo de tirar do ipod; pensando no que acontecia, no que iria acontecer; pensando em pessoas - sempre assim. E quantas coisas que eu nem imaginava que iriam acontecer...quantas sensações, quantos amigos, amores, irmãos. Quantas loucuras, quantos risos e quantas lágrimas! Quantos momentos em que eu achei que não iria conseguir, e consegui. Quantos 5 bola, quantas escapadas das recuperações por um fio. Quanto carinho, quantas brigas, quantos quantos que eu nem sei quantos são. De fato meu cotuca foi memorável. Por bem ou por mal, independente de ter sido bom ou ruim conhecer certas pessoas, foram três anos pra crescer. Independência, cotuca poderia ter esse nome.
E sei lá. Agora é olhar pra frente. Queria muito poder congelar no tempo meu 1º, meu 2º, meu 3º ano num só. Ter todas as pessoas que eu adorava pra sempre do meu lado -dizendo que eu era lerda, que minha voz era horrível e me enchendo de atenção- queria mesmo. Mas muito mais que isso, quero poder correr atrás dos meus sonhos, da minha medicina, do desconhecido. Preciso andar por novos lugares, experimentar novos ares, sentir outras sensações. Preciso amar outros amores, preciso que me amem também. Preciso guardar o cotuca no lugar mais seguro que tiver no meu coração, mas preciso guardá-lo. Porque chegou a hora de dizer 'foi bom, foi bacana, foi realmente especial. Mas foi, Não é mais. Talvez mudar os caminhos me faça deixar de evocar-te na memória. Eu quero poder começar denovo.

"me sinto livre, à beira deste precipício, eu sinto como se estivesse preparada para voar"

À todas as meninas de08, e todos os meus amigos (e que sabem o quanto são importantes pra mim): obrigada por terem feito estes três anos ótimos, e terem me ajudado a mudar pra melhor. Amo vocês, sem sombra de dúvidas.