quarta-feira, 28 de abril de 2010

20:20

hora de alguém pensar em mim.
ou no caso, de que eu pense em você.
é, voou um ano inteiro e aquele sussurro ainda ecoa aqui, perto do meu ouvido, misturado com tudo que existe de bom. E por mais que eu saiba que não é coerente, eu bem queria ouví-lo denovo. Eu sei, o tempo passou, as circunstâncias mudaram, não dá mais pra fugir da realidade numa segunda-feira à tarde. E eu estou feliz, falo verdade. Restaram apenas aqueles amigos verdadeiros, ando embalada pela canção que carrega meu sonho, encaixei perfeitamente minha espiritualidade em algum lugar. Os abraços que recebi hoje, os mimos, os recadinhos, me fizeram bem. Eu estou feliz, ainda que o colégio me sufoque e me condene a uma solidão insuportável. Eu consigo enxergar à frente, tenho força, tenho fé. Mas eu ainda sinto que preciso de você nos meus pensamentos, nos meus sonhos, nos momentos em que mais quero contar o que está me acontecendo. Ainda que você tenha ido pra longe, eu continuo vivendo contigo. Mas eu estou feliz. E esse ano passou incrivelmente rápido, o que provavelmente se repetirá. Foi isso, eu cresci. E como! Com certeza muitas coisas boas virão, tenho certeza. E é isso que importa. Caramba, 17 anos, parece que foi ontem que eu andava de patins com minhas amigas e me ralava toda. É, dez anos voam! hahahah
É, feliz aniversário réu :')

segunda-feira, 26 de abril de 2010

eu queria o feliz aniversário que ganhei à um ano atrás.
mas eu sei que não vou tê-lo...

domingo, 25 de abril de 2010

Fim-de-demana

Tive um ótimo fim-de-semana. Daqueles em que não dá tempo nem de abrir o material da escola, tempo livre é pra dormir com gosto. Pensei demais. Refleti demais. Em dois dias aprendi muito.

► O cinza dá cor a tudo, o céu é rasgado pela arquitetura secular tão bem imposta no contexto do tempo. Cultura, arte, um concentrado de conhecimento e saber, um berço da liberdade de expressão. Porém as ruas manchadas de sofrimento, as roupas penduradas nos beirais cujas janelas estão estilhaçadas. O abandono extravasando pelos cantos como a espuma do travesseiro jogado na sarjeta. E o olhar do pedinte enfomeado, o perambular desnorteado da menina drogada, o murmúrio que ouço no silêncio dos barracos à beira da avenida. Onde os ladrilhos constroem calçadas, o ser humano é bixo, cachorro com sarnas sem dono e sem fé. Mas onde brilham as lâmpadas fluorescentes, passeia com seus poodles enfeitados, a nata desse leite nem um pouco homogêneo, chamado sociedade. A vida que dobra a esquina não é a mesma que usas as escadas rolantes. E numa bolha, de ilusão, mentira e medo, vivem os afortunados, enquanto pulsa debaixo das pontes a outra parte da vida.
Concentro-me na arte, pois jamais saberei amar uma cidade assim. Em algum outro momento, prometo refletir sobre a exposição de andy wharol e sobre a peça de teatro. O que me veio agora, não passa disso.
sobre são paulo, no sábado.
►Um olhar vago fitando a parede. O líquido escorrendo pelo canto da boca, os membros atrofiados que não mechem mais. A voz que não sai, o sorriso que não vem. O incansável esperar pela morte numa cama reclinável. Porque tantas vidas tem de acabar assim?
E nós nos colocamos diante do santíssimo e gritamos as perguntas que não tem resposta. Vem as lágrimas, o coração aberto, a certeza de que não estamos sós. Bem sabemos que estamos unidos por uma força chamada fé. Mas a fé não responde nossas perguntas, apenas nos faz chorar. E tudo que podemos fazer é deixar que Deus, o nosso Deus, que basta ser sentido por cada um de nós, nos amapre e nos dê força em nossa caminhada. As respostas vem, se vierem, no momento oportuno.
sobre a visita à toca de assis - fraternidade para com ex-moradores de rua em fase terminal, no domingo.
por sorte em meio à tanto pensamento, teve hamburguer, cachorro quente, piadas e abraços.
:")

sexta-feira, 23 de abril de 2010

é.

Os passos pesados vem me lembrar por onde ando. O ambiente exala o cheiro morno daqueles dengos. Tudo faz pensar. Eu rio por dentro no meu canto, em gargalhadas eu exalto no meu silêncio. E em um segundo já estou chorando, no canto dentro de mim onde está tudo guardado. Ninguém sabe, mas eu sei. Niguém entende, mas eu entendo. Niguém conheceu, mas eu conheci. Niguém sabe, mas eu sei. Quantas histórias, quantas promessas, quantas combinações, quantas escondidas, quantas brincadeiras. Quanto tem escrito nas paredes, pairando rarefeito no ar, escondito atrás das cortinas. Quanto daquele lugar faz parte de mim. É que agora, não faz mais diferença. Está tudo morto. Morto até o último sinal nervoso. Morto sangrando por dentro, onde só eu posso ver. Está tudo morto. Não tem mais euforia, mais brilho. Não tem mais nada. Aquele lugar não passa de um cárcere abandonado de lembranças apodrecendo, das quais eu não sei escapar. E ninguém sabe, mas eu sei.

cotuca morreu, é.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Mas porque medicina?


A muito que estou ensaiando escrever sobre isto aqui. Ainda não tinha encontrado as palavras certas, ou a firmeza necessária para uma decisão deste porte. Por sorte não tenho mais o que hesitar. Cada dia que passa faz crescer um desejo, que veio de algum lugar desconhecido de mim. Mas que transborda, arde, grita, implora pra que não seja perdido pelo caminho. Pede para ser semeado, para ser seguido, para que eu deposite todas as minhas forças nele. Algo me diz que jamais me arrependerei.

Começou assim, como todas as grandes coisas da vida, na timidez, andando devagarinho, me invadindo. Eu, leitora assídua daquelas revistas de psicologia, daqueles livros de filosofia, daquelas teorias que confortavam minha incompreensão do ser humano. Eu, apaixonada pela biologia, estudante das matérias que não caiam na prova de madrugada, encantada pelas hemácias, pelos moluscos desfigurados do laboratório, pela maneira como na natureza tudo se encaixa perfeitamente. Eu, participante das caridades, amante dos sorrisos, das crianças, das pessoas. Confesso, não entendia como tudo isso poderia se encaixar. Meus pais diziam: vai ser arquiteta, musicista, bailarina, engenheira? E eu ansiava o dia em que descobriria quala resposta certa a ser dada.

E simplesmente um dia qualquer, de sol, de chuva, de paz ou angústia, cogitei: e se eu fissesse medicina? E a idéia ficou na cabeça. Rodando, correndo, brigando com meus argumentos. Não encontrou a saída. Lá ficou. E hoje eu não sei explicar ao certo em que momento eu tive certeza. Tampouco sei dizer porque quero tanto. Coerente. Amor é impossível explicar, definir, qualificar. Ele nos preenche de súbito e nos pede a alma em troca. E apesar de ser impossível de conter, eu o aceitei. 'Pode vir então, faz de mim o que você quiser. Eu irei tão longe quão for necessário para realizar o que agora é um sonho: estudar medicina.

Agora faz sentido que eu tenha sido aquela criança silenciosa, que montava quebra-cabeças e recortava figuras para montar minuciosos mosaicos: hoje tenho a inteligência e a paciência que os estudos exigirão. Faz sentido que eu tenha dedicado tanto tempo às artes, ao desenho, à dança: hoje tenho a sensibilidade e a leveza que precisarei para trabalhar. Faz sentido que eu não tenha poupado abraços, aconchegos, palavras e confortos aos que me cercam: hoje tenho o coração aberto e as ideias éticas que me guiarão pela estrada. E faz sentido principalmente, que eu nunca tenha negado aquilo que sou: hoje posso afirmar o que quero, e saber que não estou mentindo para mim mesma.

Quando existe um sonho, as dificuldades são diretamente proporcionais à vontade de superá-las. Acredito nisso.

E farei medicina. Medicina por amor à vida.


(e de quebra, farei aquilo que sempre quis fazer: consertar corações ;') hahaha)

terça-feira, 13 de abril de 2010

é uma amizade perdida, um coração na saudade

domingo, 11 de abril de 2010

"Queria saber porque
o tempo passa e eu não me esqueço de você.
As coisas vem, as coisas vão,
e você aqui, vivendo no meu coração.
Achei que a distância era capaz
de pelos caminhos pelos quais anda
apagar o que a saudade trás.
Mas vejo que não é bem assim,
mesmo anos depois,
e eu ainda quero você pra mim."

...vou sair por aí, quem sabe eu possa te encontrar, pra conversar e sorrir, vamos jogar conversa fora ♪...

sábado, 10 de abril de 2010

to com medo de me apegar.
isso implicaria em não mais te ter.
e como é que vou viver com a ideia do ponto final?

quinta-feira, 1 de abril de 2010

é.

amor? ando fazendo muito...






...com meus livros, meus cadernos, minhas listas de exercícios e meus neurônios, claro.

São aquelas músicas, dia após dia no vazio do espaço que nos separa e na imensidão do céu ao qual clamo uma luz. São as melodias arrastadas pelas frieiras das ruas e pelas bordas das calçadas, num balanço insuportável combinando com o meu caminhar. São as vozes que ilustraram meus contos, meus fervores, meus minutos mergulhados no delírio. São elas, as mais sinceras. E para elas aperto os olhos, chacoalho a cabeça, rio sozinha num canto. Desisti de esquecer. Tudo. Ou o que gosto de pensar que foi tudo. Temo perder o sorriso fresco que se forma no rosto um segundo depois de pensar no tudo. Desisti de esquecer. Quero para sempre dormir aninhada nas colchas macias dos sons retalhados. E que meu fechar de olhos te aproxime o quanto for preciso para que as palavras se misturem e me façam sorrir. Desisti de esquecer.

when i see you smile i can face the worldmas gosto de ser sozinho livre pra voari'm with youvai me dizer que sim vai me dizer que não vai me dizer que sabe o que é paixãoyou'll be in my heart no matter what they say...