quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Querido papai noel.
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
cotuca chegou ao fim...
domingo, 21 de novembro de 2010
sábado, 13 de novembro de 2010
sobre o Caio, as aventuras e o vazio.
Caio era quase treze anos mais velho que eu, era formado e tinha seu próprio escritório; ganhava bem – muito bem para os meus padrões, pouco para os dele. Eu me sentia adulta quando ele vinha me buscar de carro e íamos para algum lugar, ouvindo música eletrônica alta e tentando driblar a falta de afinidades. Até hoje não sei ao certo o que ele pensava sobre mim. Nas minhas concepções, me achava uma pessoa neutra, naquelas onde nada se ressalta ou odeia. Talvez meio burra. Meio criança? Não sei. Eu realmente passava grande parte do tempo quieta ou roendo os cantos das minhas unhas enquanto ele estava ao volante.
No entanto, o destino nunca ficava a mais de vinte minutos de casa. E era sempre um lugar agradável, apesar de um pouco acima dos meus padrões financeiros; mais uma vez. E era visível que a rotatividade de mulheres naqueles ambientes era grande. Pelo caráter do Caio, pela sua independência, pelos seus gostos. Se eu me importava? Nunca entendi a posição dos meus sentimentos nisso tudo. Só não gostava quando conversava ao telefone com outra garota na minha frente, porque deixava claro que tratava todas exatamente iguais. De qualquer forma, quando sua boca escorregava pela minha barriga, eu simplesmente esquecia porque estava ali. Aquela vida louca que ele levava me garantia, ainda que por segundos em meses, um prazer quase adimensional.
Não, o Caio não fazia como o Dan. Era mil vezes melhor. Ensinou-me um monte de coisas, tantas que o Dan ficaria surpreso se pudesse prova-las – porque os melhores elogios, e talvez os motivos que faziam o Caio me ligar de vez em quando, eram exatamente aqueles aspectos que Dan considerava desprezíveis e/ou desagradáveis em mim. Mas seria estupidez não confessar que eu aceitava essa condição de quase-objeto, na tentativa frustrante de encontrar alguém com quem pudesse estabelecer um relacionamento semelhante àquele que tínhamos eu e Dan.
O Caio não se dava ao trabalho de me conhecer, de querer saber o que eu pensava ou sentia. Quando lhe disse sobre a medicina, respondeu que eu precisaria de muito dinheiro pra pagar a faculdade. E quando eu lhe perguntava se nunca iria cansar daquela rotina louca de se drogar em festas de música eletrônica e comer todas as garotas da cidade, ele sentia mais orgulho ainda de ser como era. ‘Essa é a minha vida, vida louca, vida de curtição. Trabalho para gastar com o meu próprio bem estar, com o meu prazer. Trabalho para pagar quantas bebidas ela quiser durante a noite’ dizia. E na minha cabeça eu completava ‘... Desde que ela possa ser mais uma na minha lista no dia seguinte.’ E era por isso que quanto mais eu saia com o Caio, mais eu queria que ao erguer a cabeça, fosse o Dan ali. Porque o Dan me conhecia um pouco mais. Ele sabia que eu não era burra, sabia que eu iria realizar meus sonhos. O Dan me perguntava como eu estava e nós conversávamos. E nós dormíamos juntos. Isso me fazia sentir querida, ainda que só por algumas horas. Porque eu sabia que aquele momento era meu, e não um encaixe numa agenda cheia de coisas mais importantes.
Inegável: o Caio fazia de um jeito quase sobrenatural.
Irrefutável: ele não significava absolutamente nada pra mim, e só servia pra cutucar minhas feridas.
O que eu sentia mesmo, eram saudades do Dan."
por MARA - aquela que mora aqui dentro de mim.
domingo, 7 de novembro de 2010
ENEM?
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Sem palavras pra viagem pra Porto Seguro. O mar me fez querer ficar pra sempre, aquele verde fundindo no azul como uma coisa só. Uma semana inteira só pra rir, dançar, curtir os amigos sem pensar em mais nada. Altos e baixos, histórias e saudades. Até que uma voz falou mais alto e me arrastou pra realidade: foi uma semana maravilhosa, mas não passou de um sonho, de uma breve queima de fogos. É hora de voltar pra realidade, firmar os pés no chão. É hora de ir atrás dos seus desejos, das suas ambições. É hora de guardar na memória tudo o que foi vivido; e olhar pra frente.
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Você conseguiu (:
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Pequena discussão.
sábado, 2 de outubro de 2010
AFF.
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Alguns xingamentos.
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
sábado, 11 de setembro de 2010
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
domingo, 5 de setembro de 2010
sábado, 4 de setembro de 2010
sábado, 28 de agosto de 2010
Sei lá...
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Qual a distância entre nós,
se estáticos nos afastamos, por descuido, distração?
Qual o tempo necessário para que um nome querido,
se transforme em ruído qualquer?
Qual a força de quem vence o medo; de ser sozinho, de fracassar,
e atira-se sobre o espelho, sem receio de estilhaçar sua imagem?
Qual a pressão imposta à mim, para que cresça, para que não pare e não pense,
apenas consuma, exagere, e me derrube?
Qual a razão entre dar e receber,
doar e ser consumido, ensinar e aprender?
Qual o fluxo de calor entre nós,
quando o pensamento nos coloca juntos uma ultima vez?
Qual a porcentagem do meu corpo que aceita estar onde estou?
Qual a média dos meus dias, arando terrenos que desconheço?
Qual o gráfico que melhor representa este caminho que criei, no qual sou guia e sou turista, vou à frente e consigo me perder?
Qual o rendimento das frases que digo, quando queria calar-me?
Qual a direção dos raios do sol, se as flores do meu beiral murcharam?
Qual o sentido em caminhar, se me disseram que um dia haverá tele transporte?
Tente aplicar as tuas fórmulas,
que pareciam as chaves daqueles problemas.
Tente organizar os dados,
seguir a tua estratégia de resolução.
Tente encontrar o valor das incógnitas,
ainda que seja um exercício literal.
Ao fim verás que viver está fora do sistema internacional de medidas.
Que a intensidade dos teus sentimentos, dos teus atos, não pode ser calculada.
E que o ser humano invocou que
cálculos explicam o mundo,
porque não aceita que a complexidade do que existe dentro de si
é maior do que tudo o que ele é capaz de compreender.
Agora me sinto livre para questionar-te:
Quais as dimensões do que transborda do teu coração?
Idealismo necessário
Olhe para a criança cuja pele engole os ossos.
Olhe para o homem que das entranhas vomita traças.
Olhe para a mulher de corpo em carne viva.
O que você vê?
Olhe para a criança em febre ardendo.
Olhe para o homem que arrasta seus atrofiados membros.
Olhe para a mulher de rosto em carne viva.
O que você vê?
Olhe para a dor.
Que na imparcialidade não escolhe raça, cor ou opção.
Olhe para a dor.
Que deita lado a lado, o rico e o pobre, o justo e o trapaceiro.
Olhe para a dor,
Que vai despedaçando histórias numa loteria.
Ei, o que você vê?
Eu vejo pássaros iguais a mim,
Mas que a doença a liberdade ao pé da cama amarrou.
Eu vejo pássaros iguais a mim,
Mas que a doença rompeu as asas e as penas arrancou.
Eu vejo o semblante esmigalhado,
Eu ouço pedir ajuda o clamor.
E no mais fundo do meu ser, grita uma voz:
“Porque tu tens assas, é que deves ir”.
“Voa alto e busca a cura.”
“Seja dela percussora e ajuda-os a também voar.”
“Ah sim”, exalto eu.
Hei de infiltrar nos confins do conhecimento
Se isto as feridas cicatrizar.
Hei de a quem falta devolver o sangue que já não corre,
O ar que não mais vem,
As forças que faltam para levantar.
Hei de ter as mãos que unem os vasos rompidos,
Anestesiam os sofrimentos sentidos,
Consertam os corações partidos.
Hei de ser apoio na gloriosa chegada,
E o confortar quando só resta esperar pela partida.
Do próximo, o bem estar, há de ser o maior objetivo;
E seu sorriso, a maior das recompensas.
Hei de ter a sensibilidade como aliada de profissão.
E superar, por uma única razão, os desafios:
Nada há de ser mais gratificante do que as mãos estender,
Lutar pela existência,
Trazer de volta a alegria.
Porque são pássaros iguais a mim
É que hei de consertar as asas rompidas,
Tão logo faça medicina,
Medicina por amor a vida.
domingo, 22 de agosto de 2010
Sorrindo (nov./2009)
"Das vezes em que pousei
A cabeça em teu peito,
Só me resta a vaga idéia
Do teu palpitar.
Não havia nada
Senão tal compasso,
Acelerado que era,
Indo e vindo,
Num curioso saltar.
E tudo virava bruma,
Espairava e sumia.
Enquanto meu rosto afundado em teu abraço,
Tragava os sons;
E sorria.
Das vezes em que pousei
Os meus olhos nos teus,
Só me resta a vaga idéia
Do teu olhar.
Quão tenro era, ao avistar-me a caminho;
Que mistérios tinha
Ao deixar-se brilhar.
E tudo virava bruma,
Espairava e sumia.
Enquanto em tuas pupilas
Meu semblante era reflexo,
E eu entregue;
Sorria.
Das vezes em que pousei
As mãos em teu corpo,
Só me resta a vaga idéia do teu exaltar.
Ínfimos detalhes, ocultos.
E segredos.
Pele que ardia,
Quisera eu provar.
E tudo virava bruma,
Espairava e sumia.
Enquanto meus dedos
Procuravam a saída,
Eu arrepiava.
E sorria.
Das vezes em que pousei
Os meus lábios nos teus,
Só me resta a vaga idéia
Do teu beijar.
Indiscutível sintonia;
Pelas nuvens o caminho.
Tudo em um
Ensaiado flutuar.
E tudo virava bruma,
Espairava e sumia.
Enquanto minh’alma
Ansiava eufórica.
E sorria.
Mas o tempo fez das lembranças,
Distantes como o céu e mar.
A brisa já não trás
Teu cheiro.
A comida já não tem
Teu gosto.
A chuva já não é
Teus braços.
Nem o sol teu riso alegre.
Ainda assim,
És pra mim aquele azul.
Que colore,
Que perdura,
E aproxima o céu do mar."
other one...
sábado, 21 de agosto de 2010
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Sentimento (2009)
"De inicio é sutil.
Infiltra-se quente,
Dilata os poros, alcança as entranhas.
Emaranha-se nos cabelos;
Entrelaça-se na memória.
E então revela-se:
Misterioso; sufocante; necessário,
À olhos tão cegos, à ouvidos tão surdos.
Se correspondido é mel; é volúpia; é cor.
Traz o beijo, aproxima o sol;
Concretiza a ânsia e tudo acalma.
Mas se incapaz de perdurar,
Dilacera a alma, derrama os céus.
Ensangüenta os sentidos.
Apodrece a razão.
E cria a falsa esperança,
Pela qual voa-se sem asas, corre-se sem membros,
Fere-se sem lança.
De repente, existir são só lembranças.
E a dor é companheira.
De um tal de amor – obsessivo!
Num coração à deriva."
Sentimento (2009)
"De inicio é sutil.
Infiltra-se quente,
Dilata os poros, alcança as entranhas.
Emaranha-se nos cabelos;
Entrelaça-se na memória.
E então revela-se:
Misterioso; sufocante; necessário,
À olhos tão cegos, à ouvidos tão surdos.
Se correspondido é mel; é volúpia; é cor.
Traz o beijo, aproxima o sol;
Concretiza a ânsia e tudo acalma.
Mas se incapaz de perdurar,
Dilacera a alma, derrama os céus.
Ensangüenta os sentidos.
Apodrece a razão.
E cria a falsa esperança,
Pela qual voa-se sem asas, corre-se sem membros,
Fere-se sem lança.
De repente, existir são só lembranças.
E a dor é companheira.
De um tal de amor – obsessivo!
Num coração à deriva."
é um dos poemas que eu falei, lembra?
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
domingo, 1 de agosto de 2010
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Judith - final
"[...]Acordei num leito de hospital. Minhas feridas estavam limpas e cobertas com gazes, e uma bolsa de sangue pendia no suporte, cuja agulha estava fincada em meu braço. Levei alguns dias para me recompor e receber alta, tempo em que meus pensamentos mantiveram-se completamente desconexos. Em uma das madrugadas tive um delírio e precisei de calmantes. No entanto depois disso, tentei ao máximo me reerguer.
A ajuda viera de uma velha amiga da família que morava na cidadezinha próxima. Era uma senhora já viúva, dona de uma chácara nos arredores; posso lembrar-me de seu rosto quando era mais jovem. Costumávamos - meu pai, minha mãe e eu – visita-la sempre para ter o desjejum e fazer-lhe companhia. Assim descobri minha paixão pela musica, ao ouvir as suas mãos miúdas tocarem allegretos que combinavam com o nascer do sol. Fora minha tutora de piano por muitos anos, até que meu desempenho despertou o interesse de um professor da vila e meus pais preferiram o lecionar de alguém mais experiente. Já fazia algum tempo que o contato tornara-se escasso, e agradeci muito pelo afeto não ter sido levado pelo tempo. Ela foi como uma mãe nos dias em que passei internada. Permanecia longas horas na cadeira de visitas ao meu lado, mesmo que eu insistisse que não queria conversar com ninguém. Trouxe-me biscoitos amanteigados e suco de melão de sua própria horta. Talvez isso tenha me ajudado a melhorar.
Como a cidade fosse muito pequena, achou melhor não fazer barulho em relação ao assassinato, e eu concordei com essa decisão. O padre local realizou os ritos do velório e ela encarregou-se de sepultar meu pai ao lado de minha mãe. Eu não tive vontade de comparecer em nenhum momento. As imagens eram demasiado perturbadoras para que eu me sentisse capaz de suportar a situação. Quando consegui centrar um pouco meus pensamentos, conclui que nada me prendia mais àquele lugar. Sempre guardaria todas as minhas memórias, principalmente as da infância, carregadas de ternura e de paz. Mas também as lembranças das ultimas semanas, exageradamente pesadas. Vendi a fazenda e os animais no mesmo mês. Com parte do dinheiro comprei um flat no interior paulista, uma das maiores loucuras que eu poderia fazer. No fundo, eu não tinha ninguém em lugar algum.
Certa vez um renomado pianista tirava férias no campo e apreciara meu desempenho em um recital. Deu-me seu cartão, disse que eu seria muito bem vinda se quisesse tocar com ele. Era o momento, seria impossível recuar. Eu contei-lhe da morte de meu pai, e ele concordou em auxiliar-me a encontrar um trabalho na área, ressaltando inclusive que havia ótimas faculdades de música na região. Não pensei duas vezes. Mobiliei meu novo lar e transportei apenas meu piano, recheado de apego emocional. Seria o suficiente para recordar a casa onde nasci.
Quando senti que era hora de partir, minhas feridas já formavam grossas cascas, e as do rosto eram quase imperceptíveis. Meus pertences cabiam numa pequena mala de couro desgastada pelo tempo que a senhora me deu de presente. Agradeci muito toda a ajuda e o carinho, e prometi que jamais esqueceria o que ela fizera por mim. Não o bastante, ela me entregou uma foto cujo papel estava amarelado e sujo.
-Tenho duas cópias, fique com esta. Seus pais gostavam de vir aqui, quando meu marido ainda era vivo e a casa era cheia de alegria e sons. – e sorriu sincera, cavando marcas nos cantos dos olhos.
-Talvez você queira vir morar comigo... Também não há nada que te prenda aqui. – eu disse, sem ter certeza das minhas palavras.
-Obrigada, mas gosto muito deste lugar. Vivi toda a vida aqui, e jamais me imaginei terminando a vida longe de tudo que construí. – ela respondeu, afundando as mãos no avental preso em frente à saia. – Mas você deve ir. Teu jeito de tocar te levará muito longe, eu sei disso. Não deixe que nada te impeça de continuar.
Ela sabia que não era um conselho fácil de ser seguido. Nunca questionara sobre o que ocorrera naquela noite, e tampouco o faria. Sua sensatez visivelmente a impedia de invadir-me assim. Porém, chego a acreditar que ela sabia o que estava reservado a mim não muito tempo depois.
-Então está bem, tenho que ir agora. Não tenho palavras para agradecê-la. – e fui ao seu encontro, demorando-me num abraço.
Na foto, meu pai me tinha nos ombros segurando-me com uma mão, enquanto a outra enlaçava a cintura de minha mãe. Ao lado desta, a boa senhora e seu marido. Todos sorriam. Todos se esforçavam para petrificar aquela felicidade que transbordava. Deixei algumas lágrimas fluírem e depois as enxuguei com o antebraço. Para trás ficaram os olhos verde água da senhora. Segui rumo ao cemitério.
No caminho, comprei um buquê de lírios brancos. Fazia um dia de calor, como era de costume, e o sol parecia estar de bom humor. Assim despedi-me de meus pais. As flores destacavam em contraste com o mármore das lápides, e eu chorei mais uma vez. A leve brisa balançou as pétalas, fez um adocicado perfume atingir-me as narinas. Eu sorri. Levantei a mala nos braços e caminhei ao ponto de ônibus. Mudei-me para Campinas.
*
Comecei a trabalhar com o pianista e consegui uma vaga para o curso de música em uma renomada universidade. Três meses depois do ocorrido, a pele do meu rosto não dava sinais do meu passado, e eu realmente acreditava que iria recomeçar por completo. Mas o abismo mais uma vez surgiu sob meus pés de maneira egoísta:
Eu estava grávida.
Carregava o fruto de uma dor imensurável em mim, e a decisão de deixá-lo nascer era demasiado severa. Não tive muito poder de escolha. Não quis impor minha vontade e interromper o curso da vida. Uma criança arruinaria minha vida naquele momento, mas suportaria eu a dor de um dia ter impedido-a de nascer? Os sofrimentos me vinham com uma rispidez impressionante. Eu sentia meu peito se corroer de dor. E só não desisti porque sabia que meus pais se entristeceriam em ver a única filha desistir.
Nasceu uma menina. Fantasmagoricamente carregada das feições grosseiras daquele homem. Uma menina a qual dei o único nome que lhe convinha: Mara. Ríspida, severa, amarga. Mas Mara não era nada disso. Era doce, tenra. Mas Mara seria sempre, quisesse eu ou não, a minha amargura.
Judith - parte 3
"[...]Pouco sei do que ocorreu
Foi a única vez em que desejei não ter nascido numa fazenda no interior de Minas Gerais, cujas noites exalavam o aroma de capim úmido misturado num silêncio desigual. A cidadezinha mais próxima ficava à meia hora dali, caminhando a passos largos e ritmados – trajeto que meu pai percorria frequentemente comigo nas costas e com uma enorme sacola pendurada em um dos ombros. Levava o queijo coalho que minha mãe deixava descansando em formas na cozinha, e eu sempre questionava quando poderia ajudá-la com o trabalho. E trazia as especiarias que não tínhamos sempre: os temperos, o arroz, o açúcar. Às vezes tecidos, outras, mais um pardal de bico colorido para nossa coleção. Mas sempre escolhia com precisão um vinho ou um chocolate, e alguns botões de flores que não cresciam em nosso jardim. Voltávamos ao entardecer, para encontrar a casa cheirando ensopado de galinha e pão fresco. E esse contexto preenchia-me de alegria, enquanto ocupava-me em estender o ramalhete de lírios à minha mãe. Ela sorria e meu pai beijava-a na testa carinhosamente.
Eram lembranças que vinham sempre. Mas já fazia muito tempo. Eu era só uma garotinha e minha mãe ainda estava entre nós. Agora tudo que eu queria era que houvesse alguém conhecido para entrar pela porta e perguntar o que estava acontecendo. O medo aninhou-me em seus braços e sufocou-me os sentidos. Para aquele homem, a crueldade falara mais alto. Não fora suficiente esquartejar a dignidade da filha ou dar mais uma chance ao pai. Simplesmente, disparou contra a única parte que mantinha minha historia viva, colocando um fim doloroso na existência. O corpo de meu pai jazia no mesmo canto do qual assistira o drama, pressionado contra os armários em baixo da pia. O sangue pintara-lhe a roupa como se tivesse sido mergulhada num balde de tinta vermelha, e seu rosto carregava uma expressão nauseante. O assassino cuspiu algumas palavras e desapareceu na penumbra da noite, cambaleando ao seu carro velho e perdendo-se na estradinha de terra deserta.
Eu deveria acordar neste momento. Tudo poderia ter sido apenas um pesadelo. Entretanto, bastavam alguns beliscões para ter certeza: eu estava sozinha, meu sangue escasseava cada vez mais e não havia ajuda por perto. Por sorte –mas prefiro acreditar um pouco em Deus- tive forças para arrastar-me até o telefone e discar o primeiro numero que vi. Uma voz sonâmbula atendeu, e minha rouquidão chorosa pediu ajuda. O aparelho fez-se imensamente pesado para minhas mãos, minha pressão caiu, a vista embaralhou.
Desmaiei ali mesmo.[...]"
segunda-feira, 19 de julho de 2010
Judith - parte 2
"[...]Assim, sem ao menos pensar no que poderia acontecer (e gostaria de tê-lo feito), corri em direção ao meu pai, empurrei-o da cadeira com todas as forças que pude e acabei caída por cima dele, num ato efusivo e ridículo de proteção. O homem soltou uma gargalhada funda, abaixou a arma e agachou-se sobre mim.
-Meu senhor não disse que tinha uma beleza dessas em casa... – disse segurando meu queixo, enquanto passava os olhos por todo o meu corpo.
-Judith, o que você está fazendo aqui? Pelo amor de Deus Judith, o que você fez... – meu pobre pai arfava, repetindo meu nome incansavelmente após cada respiro – Não a faça mal, eu posso pagar tudo... – clamou ao homem que mantinha suas mãos no meu rosto.
Meus pés ardiam. As lascas de vidro espalhadas no chão fincaram-se neles, e a cada movimento sentia como se rasgassem a pele para acomodar-se melhor. O homem soltou meu rosto e com esta mão tampou a boca de meu pai. A única roupa que eu vestia era uma camisola fina, e isto permitiu que ele escorregasse o revólver pela extensão da minha perna, passeando o metal gélido como se fosse um brinquedo.
-Sem dúvidas vamos nos divertir... – sussurrou próximo ao meu ouvido, e um cheiro de álcool e tabaco revirou-me o estômago.
Meu pai debatia-se, tentando-se livrar da mão que pressionava ora sua boca, ora sua garganta, a cada tentativa de fala. O homem era forte o suficiente para matá-lo sem ar a qualquer momento, mas preferiu empurra-lo para longe de mim e, numa voz traiçoeira, disse:
-Se eu fosse o senhor, não faria nada. Posso apagar vocês agora. Mas quero a tua cachorra primeiro... Aliviaria a tua dívida, o que acha? – e mostrou os dentes mais uma vez.
Ele manteve a arma erguida na direção de meu pai, encurralado em um canto, por muito tempo. Eu ainda estava no chão, mas tinha a roupa rasgada e o resto do corpo também havia encontrado as lascas de vidro. Senti suas mãos encardidas me tocarem por inteiro, enquanto o suor que escorria de suas têmporas pingava no meu rosto. Nunca desejei tanto conseguir vomitar, mas era impossível: não havia nada no meu estômago. Vasculhou o bolso e pegou um canivete. Meu coração disparou ao ver a lâmina levemente enferrujada, e como ele tivesse percebido meu desespero, agarrou-me com força e riu:
-Você vai pagar pelos erros do teu pai, cachorra! – e fez brotar sangue das minhas coxas – E você, senhor, veja que maravilha! – blasfemou contra meu pai.
Eu sabia que se tentasse sair dali seria pior. Não era capaz de andar, e a vida de meu pai estava em jogo tanto quanto a minha. Minhas pernas ardiam como se estivessem em chamas, e o sangue escorria incansável. Eu podia gritar. Mas cada grito meu significava mais uma ferida aberta. Eu não tinha mais fôlego. O homem ria o tempo todo, e ânsias me dominavam. Até que ele me puxou pela nuca e colocou-me de bruços no chão. O vidro misturado com sangue tocou meus seios, e eu gritei. Só pude sentir seu corpo empurrando meus quadris, sua saliva nas minhas costas, sua força erguendo-me a cabeça para trás. Realmente acreditei que iria morrer. Mas alguns minutos depois estava largada no chão, juntando as lágrimas aos demais dejetos e tentando encontrar forças para levantar.[...]"
para MARA.
e isso foi a coisa mais pesada que eu já escrevi, mas continua.
é, hora de respirar fundo e dizer 'o mundo não para pra gente se recompor.'
domingo, 18 de julho de 2010
Judith - parte 1.
"O mormaço da noite interiorana aliada aos mosquitos traiçoeiros e ao cheiro forte de cravos fincados em limões, justamente na tentativa de manter os insetos afastados, impedia um sono constante. Os lençóis estavam revirados, o pijama grudado no corpo, o som inquieto dos grilos coçava os ouvidos. Talvez um pouco de água refrescasse a situação e me fizesse dormir. Atravessei o interminável corredor que levava a cozinha, a qual tinha a luz fraca e amarelada acessa. Estranhei, passavam das duas da manhã. Provavelmente meu pai esqueceu-se de apagá-la ao deitar-se, pensei. Mas no instante em que apoiei as mãos no batente da porta para adentrar no cômodo, um estilhaçar de garrafas de vidro ecoou pela casa. Seguiu-se de vozes pesadas que gritavam, vozes graves e cujas vibrações, se palpáveis, poderiam ser como fios de aço. Encolhi os braços e prendi a respiração. Mantive-me rente a porta, o suficiente para assistir a cena.
-Espere, tem de haver algo que eu possa fazer... – murmurou nervoso um homem.
Era meu pai, envolvido num desespero incomum.
-Quero meu dinheiro, é difícil entender isso? – retrucou o outro, fazendo voar uma cadeira que veio destruir-se bem a minha frente.
-Não tenho como pagar agora, podemos fazer um acordo... Eu...
-Acho que o senhor, -o homem ironizou o tratamento- já tem muitos acordos pendentes comigo! – e tragou o restante da bebida que havia em seu copo como se quisesse acalmar os nervos. – Há anos você aposta o dinheiro que não tem, não posso mais com isso. A situação está perigosa, as ameaças são cada dia piores. A casa de jogos é minha, e não vou perdê-la por tua causa!
O homem terminou a frase em pé, com o dedo apontado a poucos milímetros dos olhos de meu pai. Apoiou as duas mãos na beirada da mesa e deixou cair a cabeça para frente, bufando e balbuciando palavras para si mesmo.
-Não achei que fosse tão grave... Tudo o que tenho é esta chácara, é meu único trabalho, garanto que posso pagar a dívida aos poucos... – suas mãos tremiam, mal conseguiam erguer o copo e leva-lo a boca. Com grande esforço, engoliu uma dose inteira, pôs-se vermelho e emudeceu.
O homem ergueu-se de súbito. Mal se mantinha ereto e sua roupa estava tão suja que arriscaria dizer que não a lavara nunca. Era moreno, com grandes sulcos na pele do rosto e a barba encharcada de bebida. Seu olhar era carregado de ódio e os dentes escurecidos formaram um sorriso assustador ao gritar:
-Vou ter que explicar de novo? – ele tirou um revólver de dentro da calça – Não estou para brincadeiras! – e acomodou-o na testa de meu pai.
Eu estremeci. Era claro que meu pai havia cometido erros, mas em toda minha vida, não houve um dia sequer sem comida para as refeições; nenhum inverno sem cobertores; e nenhum verão sem que ele ajustasse o balanço da árvore conforme eu crescia. Meu pai bebia. Meu pai apostava o dinheiro que não tinha. E quem sabe mais o que fazia pelas ruas? Mas sempre fora um bom pai para mim. Estar prestes a assistir a sua morte, foi como rasgar-me o peito sem que eu pudesse desfalecer.[...] "
Judith - parte 1.
"O mormaço da noite interiorana aliada aos mosquitos traiçoeiros e ao cheiro forte de cravos fincados em limões, justamente na tentativa de manter os insetos afastados, impedia um sono constante. Os lençóis estavam revirados, o pijama grudado no corpo, o som inquieto dos grilos coçava os ouvidos. Talvez um pouco de água refrescasse a situação e me fizesse dormir. Atravessei o interminável corredor que levava a cozinha, a qual tinha a luz fraca e amarelada acessa. Estranhei, passavam das duas da manhã. Provavelmente meu pai esqueceu-se de apagá-la ao deitar-se, pensei. Mas no instante em que apoiei as mãos no batente da porta para adentrar no cômodo, um estilhaçar de garrafas de vidro ecoou pela casa. Seguiu-se de vozes pesadas que gritavam, vozes graves e cujas vibrações, se palpáveis, poderiam ser como fios de aço. Encolhi os braços e prendi a respiração. Mantive-me rente a porta, o suficiente para assistir a cena.
-Espere, tem de haver algo que eu possa fazer... – murmurou nervoso um homem.
Era meu pai, envolvido num desespero incomum.
-Quero meu dinheiro, é difícil entender isso? – retrucou o outro, fazendo voar uma cadeira que veio destruir-se bem a minha frente.
-Não tenho como pagar agora, podemos fazer um acordo... Eu...
-Acho que o senhor, -o homem ironizou o tratamento- já tem muitos acordos pendentes comigo! – e tragou o restante da bebida que havia em seu copo como se quisesse acalmar os nervos. – Há anos você aposta o dinheiro que não tem, não posso mais com isso. A situação está perigosa, as ameaças são cada dia piores. A casa de jogos é minha, e não vou perdê-la por tua causa!
O homem terminou a frase em pé, com o dedo apontado a poucos milímetros dos olhos de meu pai. Apoiou as duas mãos na beirada da mesa e deixou cair a cabeça para frente, bufando e balbuciando palavras para si mesmo.
-Não achei que fosse tão grave... Tudo o que tenho é esta chácara, é meu único trabalho, garanto que posso pagar a dívida aos poucos... – suas mãos tremiam, mal conseguiam erguer o copo e leva-lo a boca. Com grande esforço, engoliu uma dose inteira, pôs-se vermelho e emudeceu.
O homem ergueu-se de súbito. Mal se mantinha ereto e sua roupa estava tão suja que arriscaria dizer que não a lavara nunca. Era moreno, com grandes sulcos na pele do rosto e a barba encharcada de bebida. Seu olhar era carregado de ódio e os dentes escurecidos formaram um sorriso assustador ao gritar:
-Vou ter que explicar de novo? – ele tirou um revólver de dentro da calça – Não estou para brincadeiras! – e acomodou-o na testa de meu pai.
Eu estremeci. Era claro que meu pai havia cometido erros, mas em toda minha vida, não houve um dia sequer sem comida para as refeições; nenhum inverno sem cobertores; e nenhum verão sem que ele ajustasse o balanço da árvore conforme eu crescia. Meu pai bebia. Meu pai apostava o dinheiro que não tinha. E quem sabe mais o que fazia pelas ruas? Mas sempre fora um bom pai para mim. Estar prestes a assistir a sua morte, foi como rasgar-me o peito sem que eu pudesse desfalecer.[...] "
quarta-feira, 14 de julho de 2010
strangest day ever.
Adorei conhecer você, de verdade.
Tcs, mas você gosta de rosas, acredita em romances e tem complexo de 'anti-fotogenia'... nem tudo são flores :p
HAHAHAHA
♥
terça-feira, 13 de julho de 2010
domingo, 11 de julho de 2010
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH
meus amooores, não fiquem tristes, as ocitoninas são as culpadas.
no fim tudo passa, até uva passa.
o novo é muito mais legal, ele dá dez em uma noite e continua em pé. e sabe o que é melhor? eu
posso falar baixinho que ele me escuuuuta. RARARÁ. É mole mas sobe. Hoje só amanhã. Que eu vou pingar meu colírio alucinógeno. (como diz o bom e velho simão.)
Fui canalha, fui ;D
sábado, 10 de julho de 2010
:/
Mas se eu pudesse voltar atrás não pensaria duas vezes; faria tudo de novo.
Já fazia tempo que eu não chorava por você, fazia tempo que não pensava nos porquês. Achei que ter o teu telefone era suficiente, que você não recusaria me ver. E tanto eu esperei, eu ensaiei, pra fazer o convite certo, na hora certa, no momento oportuno. Bem dizem que o perfeito demais nunca é verdade. Não tenho medo maior do que pensar em nunca mais te ver, do que nunca conhecer alguém que me faça suportar a tua ausência. Eu sei que nunca vou te esquecer. Não haverá outra oportunidade como esta, e tudo que você precisava fazer para poupar este drama, era tirar algumas horas pra mim. Mas você não quis...
Desculpa, eu realmente achei que o tempo apagaria esse sentimento de mim.
Odeio quando perco o controle da situação.
Acho que já é tarde pra você mudar de ideia, mas bem eu gostaria que não fosse.
Não quero mais escrever sobre você aqui.
Não quero mais amar você.
Algumas horas comigo e poderia ter poupado tanta coisa! Ah...
terça-feira, 6 de julho de 2010
Apelidos?
sábado, 3 de julho de 2010
Workshop
Levantei, arrumei o cabelo e voltei para o auditório. Que lapso fora aquele, eu não sei. Mas quase deixou-me abalar. Sintetizei meus anticorpos, ganhei a imunidade a esse medo idiota. E o dia foi maravilhoso. Enjoô passa. As minhas vontades não.
MEDICINA, UM SONHO. UMA BATALHA. UM DESAFIO.
QUE VENHA ENTÃO.
♥
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Mas parando para pensar, gostaria de ter mais dias bons que dias ruins.
Hoje o nível de endorfinas chegou ao extremo, mais um pouco e não tenho a mínima noção de onde iria parar. É bom saber que se divertir não depende de ninguém. É bom saber que acreditar nos seus sonhos também não. E é bom ser um tanto eufórica, um tanto fútil, um tanto incoerente e um tanto boba. De vez em quando faz muito bem...
terça-feira, 29 de junho de 2010
...
Bonito isso. Só que eu não acho que aconteça sem usar no mínimo, um milésimo do coração (ainda que inconscientemente). Tá explicado. Essa mecânica toda está me matando. Diz que vai me convidar pr'uma taça de vinho, pra olhar nos meus olhos, perguntar como passei esse tempo todo. Diz que vai me convidar, sem nenhuma jogada ensaiada, sem esperar que eu as tenha, sem medir esforços. Diz que vai me convidar, pra respirar do meu lado, dormir abraçado, fazer o teu jogo. Diz que vai, sim. Diz que vai, que me quer. Essa mecânica toda está me matando...
leia na íntegra o texto em http://www.donagiraffa.com/2010/06/beijo-e-sexo-sao-coisas-que-nao-existem.html
segunda-feira, 28 de junho de 2010
sexta-feira, 25 de junho de 2010
AFF
♦Odeio não ter idade pra entrar nos lugares legais. A zoff é paia, só tem pirralhada, e fica longe.
♦Odeio não ter cabeça de menininha, mas no papel não passar de uma. É só pegar uma Capricho e se deparar com: "aai como o Justin Bieber é sexy" (só pode ser pedofilia), "meu sonho é conhecer o edward (como se não existissem outros pálidos cabeça-oca por aí)", "poooxa, mas existe sexo sem amor?" (não, magina, as núvens são de algodão). Aí eu penso: que merda. Se eu fosse igual a elas seria mais fácil aceitar esse cárcere todo, mas não sou.
♦Odeio não dirigir, morar sozinha, sair sem ter hora pra voltar. Queria ter a minha vida. A MINHA vida. Às vezes eu queria acelerar o tempo e ter que visitar a minha família só nos finais de semana.
♦Odeio não ser monitora. Odeio, com todas as forças desse mundo. Odeio frequentar a monitoria e odeio sentir esse ódio todo.
♦Odeio não ser mais tão inteligente como eu era antes. Acho que o cotuca me estragou um tanto. Medo eu tenho de não conseguir realizar os meus sonhos, de acabar na futilidade.
♦Odeio não ter um namorado. Simples assim, odeio saber que nessa face da terra não existe um ser que me agrade por completo. E que seja recíproco. Odeio fotos de casais no orkut, eles deviam morrer: TODOS.
♦Odeio o fato de ele não ter me ligado hoje, e de saber que talvez não me ligue mais. Como o tópico acima indiretamente diz, eu vou morrer sozinha.
♦Odeio ter me queimado no jogo hoje, odeio minha pele, meu cabelo e me sentir gorda.
quer saber? odeio sexta feira à noite em casa...
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Às vezes da vontade de só viver o agora, às vezes da vontade de viver a vida toda assim. O que eu quero agora eu não posso ter - é mesquinho, é egoísta, é superficial - mas foi o jeito que eu achei de te esquecer, quem sabe desta vez, por completo.
O que eu mais gostava do nosso amor, é que tinha começo, meio e fim. Não era como os amores de hoje...
segunda-feira, 14 de junho de 2010
sábado, 12 de junho de 2010
Aniversário.
Bom, uma consideração bem importante: esqueci de dar os parabéns ao meu blog querido, que fez dois anos dia 23 de maio. E antes que pareça um tanto idiota, é na verdade uma coisa bem significativa. Meu cantinho pra falar tudo, independente do que as pessoas iriam pensar. Ecrever aqui é falar pra qualquer anônimo ou vazio, e eu gosto disso. E acho que na real, este blog não nasceu exatamente aí, nasceu mesmo dia 12 de junho. Eu sei, acabou virando o meio de falar tudo que eu queria te falar, e isso me envergonha. Mas de qualquer forma, foi a única maneira de me aguentar, de segurar a barra quando tudo parecia despencar, de receber elogios pelos meus textos, de acalmar a minha consciência. Seria esconder a verdade se eu não dissese: este blog é teu, é meu, é nosso. É de todos os romances mal escritos tentando reescrever o que tivemos. É de todas as idealizações, e de todas as invenções entorno de você. É de tudo aquilo que eu pude imaginar, que no fundo deve passar longe da realidade. Este blog tem gosto de panquecas de nutella, e por mais que às vezes odeie isso, é fato.
sexta-feira, 11 de junho de 2010
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Um não precisa estar fechado para que possamos abrir o outro."
"Dividem as panquecas numa amizade incrível, os mesmos que queimam a língua por trás: assim caminha a humanidade."
"Ainda espero poder te ver, nem que por um instante.
E que esse instante, não termine. Amor, contraditório."
sábado, 29 de maio de 2010
sexta-feira, 21 de maio de 2010
quarta-feira, 19 de maio de 2010
terça-feira, 18 de maio de 2010
Dear .,
Ah, no fim de semana do meu níver o pessoal do grupo da igreja me fez uma festa surpresa, e eu nem cheguei a desconfiar! Poxa, era isso que eu tinha que contar, estou muito firme nesse grupo, nem acredito...acabei fazendo grandes amigos, nos reunimos, fazemos visitas às entidades, e nos divertimos muito! Na festa por exemplo, fizemos churca e pagode até virar o dia! Que bom que eu me encontrei em algum lugar, às vezes sinto que é a única coisa que me mantém relamente de pé.
E na semana seguinte teve a gincana, e a dança. Noossa, na hora nem sei o que eu fiz, me deu um frio na barriga, um gelo só...quando vi já tinha acabado...ainda bem, não aguentava mais o sufoco daqueles ensaios! Mas foi bom ouvir os elogios depois, principalmente quanto a coreografia, que foi bem difícil. De verdade, queria que você tivesse me visto dançar...eu tava tão bonita...juro que eu tava me sentindo...mas era meu dia, permitido né (: Que mais? Ah, ainda estamos tocando a oficina de forró viu, orgulhe-se da sua aprendiz hahaha outro dia banquei até a monitora, pena que faz tempo que não vou, sempre tem algum compromisso no horário. Mas também é bem estranho...um monte de bixetes pra ensinar, preferia quando eu estava no lugar delas...você faz falta lá, ninguém tem força pra fazer aquele passo doido de jogar pra frente e pra trás, lembra?
Enfim, acho que já falei bastante. Pois é, não posso esquecer de te falar que estou superfirme no ballet, que está sendo ótimo! Poxa, e amanhã tem sarau, e eu finalmente decidi participar! Último ano, obrigatório hahah! Pena que não decidi ainda o que vou ler...pensei no epílogo daquele livro que você inspirou em mim, ou algumas poesias, mas você também faz parte delas. Não sei, quando for 12:30 de amanhã manda uma energia positiva pra mim?
Escrevi porque estou morrendo de saudades e queria te contar tudo isso. Espero que possamos nos ver em breve, quero te dar um abraço muito, muito forte!
With love, myself.
sábado, 15 de maio de 2010
domingo, 9 de maio de 2010
quarta-feira, 28 de abril de 2010
20:20
ou no caso, de que eu pense em você.
é, voou um ano inteiro e aquele sussurro ainda ecoa aqui, perto do meu ouvido, misturado com tudo que existe de bom. E por mais que eu saiba que não é coerente, eu bem queria ouví-lo denovo. Eu sei, o tempo passou, as circunstâncias mudaram, não dá mais pra fugir da realidade numa segunda-feira à tarde. E eu estou feliz, falo verdade. Restaram apenas aqueles amigos verdadeiros, ando embalada pela canção que carrega meu sonho, encaixei perfeitamente minha espiritualidade em algum lugar. Os abraços que recebi hoje, os mimos, os recadinhos, me fizeram bem. Eu estou feliz, ainda que o colégio me sufoque e me condene a uma solidão insuportável. Eu consigo enxergar à frente, tenho força, tenho fé. Mas eu ainda sinto que preciso de você nos meus pensamentos, nos meus sonhos, nos momentos em que mais quero contar o que está me acontecendo. Ainda que você tenha ido pra longe, eu continuo vivendo contigo. Mas eu estou feliz. E esse ano passou incrivelmente rápido, o que provavelmente se repetirá. Foi isso, eu cresci. E como! Com certeza muitas coisas boas virão, tenho certeza. E é isso que importa. Caramba, 17 anos, parece que foi ontem que eu andava de patins com minhas amigas e me ralava toda. É, dez anos voam! hahahah
É, feliz aniversário réu :')
segunda-feira, 26 de abril de 2010
domingo, 25 de abril de 2010
Fim-de-demana
► O cinza dá cor a tudo, o céu é rasgado pela arquitetura secular tão bem imposta no contexto do tempo. Cultura, arte, um concentrado de conhecimento e saber, um berço da liberdade de expressão. Porém as ruas manchadas de sofrimento, as roupas penduradas nos beirais cujas janelas estão estilhaçadas. O abandono extravasando pelos cantos como a espuma do travesseiro jogado na sarjeta. E o olhar do pedinte enfomeado, o perambular desnorteado da menina drogada, o murmúrio que ouço no silêncio dos barracos à beira da avenida. Onde os ladrilhos constroem calçadas, o ser humano é bixo, cachorro com sarnas sem dono e sem fé. Mas onde brilham as lâmpadas fluorescentes, passeia com seus poodles enfeitados, a nata desse leite nem um pouco homogêneo, chamado sociedade. A vida que dobra a esquina não é a mesma que usas as escadas rolantes. E numa bolha, de ilusão, mentira e medo, vivem os afortunados, enquanto pulsa debaixo das pontes a outra parte da vida.
Concentro-me na arte, pois jamais saberei amar uma cidade assim. Em algum outro momento, prometo refletir sobre a exposição de andy wharol e sobre a peça de teatro. O que me veio agora, não passa disso.
sexta-feira, 23 de abril de 2010
é.
cotuca morreu, é.