quinta-feira, 21 de abril de 2011

trance?

Eu vejo meus colegas na vida louca, nas raves, nas bebedeiras, exibindo marcas...e eu fico pensando o quanto quero que minha vida tenha outro rumo. Simplesmente não tenho vontade nenhuma desse desgaste, dessa impessoalidade, de todas essas coisas estereotipadas e feitas pra mostrar pros outros. Me diz, quem vai numa festa e nao coloca as fotos na rede depois? Quem não comenta o quanto é 'do trance' o quanto 'ficou chapado'? Qual a graça de viver pra causar impressões nos outros?
Tenho outras vontades, outros sonhos, outro sentido pra caminhar.
Mas ultimamente está difícil convencer alguém a ir comigo.

terça-feira, 19 de abril de 2011

E se...

deixa quieto.

domingo, 17 de abril de 2011


O sol já se foi; você não virá.
Quantos dias neste exato momento,
eu largava tudo e ia ao teu encontro.
Para te sentir, te amar,
dormir em teus braços.
A semana está começando, a rotina se repete.
Mas há um porém.
Daqui pra frente, sem você.

sábado, 16 de abril de 2011

Mais um vazio que se abre, mais um que se vai



Passo a noite em claro. Repasso, sem controle, todos nossos afetos. Qual maneira engraçada você entrou na minha vida -assim, sem pedir- passou enfrente a minha loja, me reconheceu. E conversamos, sem nem imaginar o que viria depois. Quanto eu ansiava que a supervisora se ausentasse, só pra poder tirar o telefone do gancho e te ligar. E nessa hora sempre um cliente chato entrava, me enchia de perguntas e eu tinha que te dizer 'só um minutinho, que eu já volto'. Não voltava. Deixava a conversa pendende, o assunto por terminar. E era deitada na cama olhando as estrelinhas de neon coladas no teto, quase fechando os olhos de tanto sono, que passávamos três, quatro horas ao telefone. E quando eu desligava, uma sensação estranha me invadia: porque havíamos nos conhecido; porque valia a pena ficar com a orelha latejando depois? Não sabia, mas dormia bem.
E o tempo foi passando, as coisas acontecendo. E quantas vezes ao chegar em casa, não me peguei formulando diálogos pra colocar um fim nessa história. Ah, a sensatez aflorava, era muito pequeno o sentimento pela dor que poderia causar. Você não era pra mim, sempre soube muito bem o que queria. Mas embora tivesse as palavras na ponta da língua, elas insistiam em não sair. Cada dia que passava eu adiava tudo e deixava o tempo mostrar os rumos.
Carinho, afeto, gratidão, prazer. Você ia construindo nas coisinhas miúdas, tudo o que eu sempre quis. Nunca acreditei que duas pessoas poderiam ter mais que sexo. Você bem sabe que nunca tive mais que isso. E você, todas as vezes que duvidei disso, com seus olhares e seu jeito, desmentia minhas convicções. Você me colocou dentro da sua vida. Deixou que eu mexesse na sua geladeira, que eu dormisse na sua cama. Me fez gostar da sua família, e do contexto em que estávamos juntos. Eu acordava cedo nas férias só pra pegar a minha bicicleta e ir te acordar, eu brigava na minha casa pra poder passar o tempo com você. E eu aprendi a gostar até dos seus podres, de ter que pagar o estacionamento e levar pipoca de microondas no cinema. Porque compensava. Você me fazia rir, me fazia bem. Me fazia o que ninguém nunca foi capaz de fazer: assistir um filme inteirinho só segurando a minha mão.
Confesso que não era tudo tão perfeito. Às vezes a minha cabeça inventava coisas, eu esquecia que você não tinha a obrigação de estar comigo. Eu me irritava, te ligava, te enchia de culpas. E você vinha me acalmar, dizendo que tudo estava bem. Eu chorei, você sabe disso. Duas vezes com a cabeça no teu ombro, soluçando. Meu medo da solidão. Eu perguntei se você também ia embora como todos os outros tinham feito, e você me abraçou forte. Hoje eu percebo que um abraço não significa não. Porque você se foi.
Tão efêmera quanto a sua chegada, foi sua partida. Assim, de qualquer jeito. Sem um último abraço, um último beijo. Sem me perguntar o que eu estava sentindo. Frio, inexpressivo, tentando justificar a sua vontade de sumir no meu sofrimento. Queria ter escutado essas palavras antes, quando eu ainda te achava um zero à esquerda. Queria que naquele momento você tivesse sumido da minha vida. Eu dei muitas pistas pra você enxergar o quão rígido era meu coração por tudo o que já sofri. Sinto como se você tivesse pego exatamente as ferramentas certas pra derretê-lo. O problema é que não fostes capaz de moldá-lo depois. Ter que te dizer tchau por telefone foi horrível. Principalmente porque posso refazer a cena do último fim de semana, da despedida romântica que tivemos. Soubesse eu que teria sido a última, teria me precavido. Talvez tivesse te desejado mais naquela noite. Ou menos, nos últimos meses.
Agora não faz mais diferença. Você não passa de um homem igual a todos os outros. Igual a todos que me abandonaram pelo mesmo motivo. Uma causa sem explicação. Um tédio. Um tédio que eu me pergunto o que fazer para deixar de possuir.
Gostei de você. Desejei você. De uma maneira muito diferente. Aprendi o quão bom é estar com alguém não só pelos instintos, mas também pelo coração. E que nesse caso, os instintos podem ser mil vezes mais recompensantes...

Não tive um bom dia. Senti tua falta. E muito sentirei amanhã, quando os estudos esgotarem minhas forças. Você era a minha válvula de escape, a minha recarga pra aguentar o mais difícil. Não, você não consegue entender o quanto eu te quero de volta. Não, você não vai voltar. Assim como todos os outros se você voltar, vai ser pra me usar mais um pouco, aumentar minha saudade. Em meio à lágrimas, descrenças e verdades não aceitas, só uma coisa consigo pensar: muitos eu fui capaz de esquecer. Muitas relações que eu imaginava que morreria sem. E se hoje você assume esse lugar, se hoje você é pra mim importante, hesito. É só mais um pra esquecer, pra colocar no lugar morto da memória. É só mais um que não foi capaz de me amar da maneira como eu gostaria. E que foi covarde o suficiente pra me dizer adeus por telefone.