sábado, 15 de outubro de 2011

Estamos de volta...

"toda a gama de sentimentos aprendi entre volúpias"

Sinto que preciso de você. Você, espaço. Você, palavra solta. Não suporto mais engasgar com sentimentos que não tenho onde expressar. É o limite, preciso vomitar, evacuar, cuspir. Preciso deste canto de volta.

Estou aqui. É sábado, é madrugada, é silêncio que me obriga a olhar pra mim. Reformei o layout do blog, quem sabe o layout do meu espírito também se reforme. Pássaros porque almejo voar. Quero essa leveza toda, insuportavelmente insustentável. Quero mantê-la! Não mais aquela foto, nem mesmo um título em inglês. Mudei, cresci. Mas ainda não abandonei os infernos nem os desejos. Nem posso, caso contrário não haverão postagens.
Acho que não sei mais escrever. Penso em formas de fazê-lo diferente. Aqui não pode mais ser um confessionário a céu aberto, tampouco quero ser o réu dos olhares arregalados ao meu entorno. Mas preciso rabiscar qualquer coisa, preciso, preciso.
Estou exausta. Estou frustrada. Estou insuportável.
Não aguento mais que apontem dedos gordos pro meu nariz me dizendo como devo ser. Quero negar as bonecas, as saias, as faixas cor de rosa -a subordinação. Não aguento mais ser de borracha, quero negar tanto uso e desuso. Não aguento mais tanta falsidade, tanta ostentação. Quero gritar, quero que alguém olhe pra cá. Parem de dizer que sou 'alto astral', que não aparento fraqueza. Quero poder chorar.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Prometo dar um parecer quando parar de chorar ao olhar pras nossas fotos.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

It's over.

Engraçado como coisas que nunca achamos que fosse passar, passam. E passam pra não voltar mais, e pra gente olhar pras fotos e se perguntar: um dia nos amamos? É quase impossível assentir.

Ah blog, sinto tanto a tua falta! Tantas pessoas que deixaram uma marca, escreveram um pedacinho dessa história. Tantas lágrimas eternizadas nas entrelinhas, tanta paixão queimando nas palavras. Ah, sinto falta da Mara, do Dan e dos romances que eu podia fazer voar, que eram meus. Sinto-me triste porque talvez nunca mais escreva uma palavra sobre os dois. Mara e Dan morreram sem que eu tomasse conhecimento disso a tempo. Se eu traria os dois de volta? Já não sei mais o que ela sente nem o que ele é. E se um dia se encontrarem? Serão dois quaisquer.
Ah blog, aqui vivi tanta coisa, e hoje preciso me ausentar. Quem sabe por um ano, ou dois. Quisera eu não mais que isso.

guardo as lembranças com carinho, blog.
em breve nos veremos.
Aline.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Tenho vontade:



de deitar na grama e brincar de fazer as nuvens parecerem bichos,
de dizer 'será aquela estrela de alguém que já se foi?'
de sentar na calçada e tomar sorvete,
e chocolate quente debaixo de muitos cobertores.
de fazer uma trilha no meio do mato,
e descobrir uma cachoeira.
de jogar videogame comendo pipoca no sofá da sala
de dividir o fone do ipod
de andar de bicicleta no parque,
e dizer 'quem chegar por último é a mulher do sapo'.
de brincar de cozinhar, e fazer sujeira, e ter que limpar tudo depois
de jogar batalha naval
de passar o dia na piscina
de tomar um banho de banheira muito quente,
e sair com os dedinhos enrugados.
de ir ao parque de diversões
de ir à praia
de não ir a lugar nenhum e dormir na rede.
Tenho vontade de dizer que sei ser amiga,
que também sou incrível durante o dia, de tênis, de moleton, sem maquiagem.
que sei ouvir, sei fazer rir
e que sei satisfazer de outras formas.
Só não tenho a ambição de definir,
que não acho necessária (quem criou as definições quis limites),
porque eu odeio limites.
Define-se pros outros,
pra nós apenas se é.
E eu queria ser tudo isso pra você, se você fosse tudo isso pra mim.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Eu sei lá, sei lá o que é que falta pra você me conquistar...

sexta-feira, 3 de junho de 2011

I'll burn in hell, man

terça-feira, 31 de maio de 2011

Ainda sonho acordada com o dia em que você vai bater na porta da minha casa e me fazer uma surpresa. Vai dizer que não sabe...que não sabe mais...viver sem mim.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Hoje faz 3 anos que te beijei.
Ainda não entendi o que você tinha de tão especial.
Só sei que ainda te amo.
Será que pra sempre?
Hoje faz 3 anos que te beijei, eu nunca vou esquecer disso.



HAPPY BIRTHDAY BLOG! :)

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Às vezes não consigo estudar; bate uma coisa estranha aqui dentro. Insegurança, medo, incerteza. Solidão. Eu olho pro telefone, pro seu número; às vezes penso em te ligar. Pra nada, só pra te ouvir perguntar como eu estou, só pra você querer saber o que vem me passando. Aí eu lembro que nos últimos tempos, ou você estava na rua, ou dormindo. Nunca afim de conversar. Aí eu tenho receio de que pareça que não sei viver sem você, ou que alguém diga que não largo do teu pé. Fico olhando pro telefone e pro teu número. Só olhando. Fico esperando a sexta feira, pra ter uma desculpa. Quer sair, quer me ajudar a sobreviver? Aí você vai conferir na sua agenda se tem espaço pra mim.
Enquanto isso, eu só fico olhando pro seu número.
Pro telefone...
E pra nossa foto colada na minha pasta...

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Parece que em você dá pra encaixar certinho. Sem nem mais nem menos, Mara diria que você é melhor que o Dan. Ela ainda espera que você fique...

sábado, 14 de maio de 2011

Me conta um segredo

Se eu precisar de um ombro amigo pra ouvir todas as coisas que estão aqui engasgadas e pra recostar a cabeça quando o limite parecer impossível de superar...você vai estar aqui?
Você vai rir das minhas bobagens, entender os meus dilemas, aceitar meu humor e discutir as coisas que eu gosto?
Vai sentar no banco da praça, deitar na grama sob a noite, sentar na beira da piscina e conversar comigo?
Você vai ser capaz de me agradar com sinceridade, cozinhar pra mim e servir a minha bebida preferida?
Vai segurar a minha mão, me dar carinho pra que eu esqueça quem já se foi?
Você vai me amar naquela intensidade, com toda aquela sinceridade, e me achar especial?
Me conta...você é capaz de tudo isso?
Talvez eu deixe você ficar, deixe você tentar me mostrar quem você é.
Mas caso você não seja capaz de tudo isso...não me arranque do meu lugar.
Frustrações eu já tenho demais.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

quero mais

quero mais que uma vida desregrada,
quero mais que valores distorcidos.
quero mais que sair bem na foto,
que beber até cair,
que beijar e nem saber o nome.
quero mais que amizades por conveniência,
que pais e mães por obrigação.
quero mais que a ganância que o dinheiro trás,
que a soberba que o status tem.
quero mais que sexo, drogas, e rock n'roll,
e a ressaca que vem depois.
quero mais que a ignorância, o descaso, a omissão.
quero mais que postar no facebook o quanto sou feliz.

quero mais que tudo isso, e tudo o que quero não consigo definir.
quero mais do que o convencional
quero ser do avesso, do lado errado, sem noção.
quero mesmo é amor, amor, amor

quero mais que psy-trance.

sábado, 7 de maio de 2011

Tem coisa que me impressiona.

Anônimo diz:
vai estudar ,vai ,ô "futura médica de araque".Tem q tentar ser médica mesmo pq se não for hhahahahahahah eu já sei o q vc vai virar..aliás todo mundo já sabe


Recebo muitos comentários aqui. Aliás, foi através deste blog que me aproximei de muita gente, mas também que fui muito criticada. Criticas são normais. Aquele velho clichê das propostas de redação: o livre arbítrio humano. Mas o que a maioria das pessoas não tem claro, é que discordar é muito diferente de agredir. Quem discorda geralmente busca argumentos, quer convencer o outro de que seu pensamento está correto. Mas e quem agride? Falta com respeito, invade a privacidade e o direito do outro de ser como é.
Gosto quando as pessoas são capazes de me olhar nos olhos e dizer que um dos meus defeitos está me prejudicando e eu não estou percebendo. Costumo me aproximar de pessoas que não tem medo de dizer o que pensam. Em compensação, existem aqueles que se sentem extremamente incomodados com alguns aspectos da minha personalidade, mas que simplesmente me xingam por isso. Não sei se tentam me atingir pra que eu enfraqueça, ou se não aceitam que eu exista. Só sei que quando alguém me xinga por algo que escrevi aqui, está deixando claro um preconceito que, perdoe-me os conservadores, mas é incoerente que exista em pleno século vinte um.
Mulheres sempre foram repreendidas ao expor seus desejos, e de maneira violenta tratando-se de desejos sexuais. Sinceramente, quando é que nos libertaremos desse pensamento patriarcal? Por que os homens se vangloriam das façanhas que fazem, das pessoas que traem, da quantidade de mulheres com quem saem? Por que quando nossos meninos atingem a puberdade tratamos de ensiná-los e os estimulamos à iniciação sexual (enquanto nossas meninas ainda estão dentro de casa, tentando convencer o pai a vestir uma saia curta)? Por que tanto as revistas de mulheres nuas quanto às de homens nus são feitas para homens (homossexuais no último caso, mas nunca para mulheres)? Francamente, se a lei já trata ambos os sexos de maneira igualitária, porque o moralismo não pode fazer o mesmo?
Mulheres também tem desejos, fantasias, fetiches. Mas infelizmente a maioria passa a imagem de um ser desprovido de tais sentimentos. Admiro aquelas que são capazes de não se importar com o que os outros vão pensar e explicitam tudo isso. E mais do que admiro, eu sou assim. Eu deixo claro o que eu sinto, o que eu penso, o que eu quero. Não vou ser hipócrita em dizer que não penso em sexo, enquanto sei que isso não é verdade (e pra nenhum ser humano). Não vou me privar das coisas boas porque é "errado". Não sei se alguém se lembra do pensamento individualista, mas sou eu quem decido aquilo que quero. E sinceramente prefiro dizer: sexo é bom e eu gosto, do que esconder uma coisa tão normal. A única pessoa que à quem não se engana, é a si mesmo.
Pior do que essa repressão moralista, é o que a acompanha. Agora preciso ser direta. Eu vou ser médica, e se você passar pela porta daquele cursinho e perguntar por mim vai receber a resposta que merece. A Aline é uma aluna dedicada, que não falta, que questiona, que faz por merecer a mensalidade suada daquele lugar. A Aline é aquela que fica na porta da sala, sorrindo um bom dia pra todo mundo independente do dia. De segunda à sabado, com sono, quando o cansaço aperta. Ela é alguém que mergulhou de cabeça naquilo que quer, e ela não só quer como VAI realizar o sonho de passar em medicina. Ela e todas aquelas pessoas maravilhosas que tem as mesmas atitudes. Não, ela não vai ser puta quando crescer. E mesmo que fosse, mereceria o mesmo respeito. Não, ela não vai ser puta porque ela gosta de sexo, porque ela coloca pra fora todos os desejos que não cabem em si. Não, ela não vai ser puta por ser sincera, por não ter vergonha das aparências. Ela vai ser médica.
Não espere, meu caro(a) que a pessoa que ficar com você seja casta apenas por demonstrar isto. Tenho pena de corno manso.
Te cuida. :*


"Sou o que quero ser, porque possuo apenas uma vida e nela, só tenho uma chance de fazer o que quero. Tenho felicidade o bastante para fazê-la doce, dificuldades para fazê-la forte, tristeza para fazê-la humana e esperança suficiente para fazê-la feliz. As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas, elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos." Clarice Lispector

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Por que?

Lembro bem, com todas as expressões, todos os olhares, todas as tentativas de parecer 'gente boa'. Naquela mesa, naquele bar, naquela atmosfera de primeiro encontro. Eu não sabia o que estava fazendo ali. Olhava pra você, pro seu sorriso sem graça, pro seu jeitinho de tentar me agradar e não via nada. Tentava me convencer de que te achava bonito, bacana. Mas no fundo era só uma convicção pra tentar aproveitar o momento. O enredo, o contexto; isso era atraente. Mas você...o que é que eu via em você? Absolutamente nada. E em meio a tantos risos, tantos assuntos desconexos, tantas tentativas mútuas de enxergar alguma coisa no outro, minha cabeça girava. Porque é que o destino me colocara ali? Porque é que estava sendo obrigada a olhar pra você e tentar achar as pessoas que já se foram?
Eu podia ter ido embora. Podia ter agradecido a bebida, agradecido a noite que você sabe o quão estranha foi. Não só podia como deveria tê-lo feito. O que você era ali? Não sei, uma coisa qualquer, indiferente.
Nesta análise da história, percebo o quão incapaz sou de controlar minhas intuições. Bola de cristal? Previsão futurística? Não...difícil explicar. Eu podia ter ido embora quando ainda não sentia nada, nadinha. Mas eu não fui! Tola! Ingênua?! Talvez tenha me sentido desafiada. Ninguém age assim comigo, não tenho nada de errado. Narcisismo. Ou talvez aquela ingenuidade escondida bem lá no fundo...e se...e se for essa a oportunidade?
Não quero contar o que veio depois. Não quero assumir que o tempo me mostrou o quanto você podia ser bom pra mim. Quanto tempo a gente se esforçava em vão pra se despedir quando você me levava pra casa. Quanto a gente ficava no telefone, falando nada, e quando a bateria acabava, esperava vinte minutos e ligava pro outro de novo. E como era engraçado aquela coisa que coçava na barriga quando te via sorrir pra mim; esperava você sarar pra poder te ver.
Não quero admitir que deixei você me mostrar tanta coisa. Como eu me sentia bem em saber que tudo ia terminar e íamos dormir juntos, pelo menos até o despertador tocar. Pra depois desligá-lo e continuar abraçados. Ah, eu não quero admitir.
Não quero admitir o quanto gostava de tudo que envolvia nós dois, juntos.
Gosto dos pensamentos romanticozinhos de que talvez você fosse meu número. Por que é que encaixava certinho, sem faltar nada, sem sobrar nada. Por que é que eu gostava tanto de poder morder a sua orelha sem ficar na ponta dos pés?

Quero distância da promiscuidade, dos meus vestidos curtos e das insinuações. Não quero mais tentar ser o que não sou, fingir que sou forte. Não quero os affairs, o começo meio e fim, pragmático, combinado. Gostava do acaso, do talvez, do aqui e agora. Gostava do carinho, do aconchego, do cobertor laranja. Porque é que encaixava certinho, sem faltar nada, sem sobrar nada. Por que é que eu ostava tanto de poder morder a sua orelha sem ficar na ponta dos pés? Por que?
Ah, eu te queria de volta...

quinta-feira, 21 de abril de 2011

trance?

Eu vejo meus colegas na vida louca, nas raves, nas bebedeiras, exibindo marcas...e eu fico pensando o quanto quero que minha vida tenha outro rumo. Simplesmente não tenho vontade nenhuma desse desgaste, dessa impessoalidade, de todas essas coisas estereotipadas e feitas pra mostrar pros outros. Me diz, quem vai numa festa e nao coloca as fotos na rede depois? Quem não comenta o quanto é 'do trance' o quanto 'ficou chapado'? Qual a graça de viver pra causar impressões nos outros?
Tenho outras vontades, outros sonhos, outro sentido pra caminhar.
Mas ultimamente está difícil convencer alguém a ir comigo.

terça-feira, 19 de abril de 2011

E se...

deixa quieto.

domingo, 17 de abril de 2011


O sol já se foi; você não virá.
Quantos dias neste exato momento,
eu largava tudo e ia ao teu encontro.
Para te sentir, te amar,
dormir em teus braços.
A semana está começando, a rotina se repete.
Mas há um porém.
Daqui pra frente, sem você.

sábado, 16 de abril de 2011

Mais um vazio que se abre, mais um que se vai



Passo a noite em claro. Repasso, sem controle, todos nossos afetos. Qual maneira engraçada você entrou na minha vida -assim, sem pedir- passou enfrente a minha loja, me reconheceu. E conversamos, sem nem imaginar o que viria depois. Quanto eu ansiava que a supervisora se ausentasse, só pra poder tirar o telefone do gancho e te ligar. E nessa hora sempre um cliente chato entrava, me enchia de perguntas e eu tinha que te dizer 'só um minutinho, que eu já volto'. Não voltava. Deixava a conversa pendende, o assunto por terminar. E era deitada na cama olhando as estrelinhas de neon coladas no teto, quase fechando os olhos de tanto sono, que passávamos três, quatro horas ao telefone. E quando eu desligava, uma sensação estranha me invadia: porque havíamos nos conhecido; porque valia a pena ficar com a orelha latejando depois? Não sabia, mas dormia bem.
E o tempo foi passando, as coisas acontecendo. E quantas vezes ao chegar em casa, não me peguei formulando diálogos pra colocar um fim nessa história. Ah, a sensatez aflorava, era muito pequeno o sentimento pela dor que poderia causar. Você não era pra mim, sempre soube muito bem o que queria. Mas embora tivesse as palavras na ponta da língua, elas insistiam em não sair. Cada dia que passava eu adiava tudo e deixava o tempo mostrar os rumos.
Carinho, afeto, gratidão, prazer. Você ia construindo nas coisinhas miúdas, tudo o que eu sempre quis. Nunca acreditei que duas pessoas poderiam ter mais que sexo. Você bem sabe que nunca tive mais que isso. E você, todas as vezes que duvidei disso, com seus olhares e seu jeito, desmentia minhas convicções. Você me colocou dentro da sua vida. Deixou que eu mexesse na sua geladeira, que eu dormisse na sua cama. Me fez gostar da sua família, e do contexto em que estávamos juntos. Eu acordava cedo nas férias só pra pegar a minha bicicleta e ir te acordar, eu brigava na minha casa pra poder passar o tempo com você. E eu aprendi a gostar até dos seus podres, de ter que pagar o estacionamento e levar pipoca de microondas no cinema. Porque compensava. Você me fazia rir, me fazia bem. Me fazia o que ninguém nunca foi capaz de fazer: assistir um filme inteirinho só segurando a minha mão.
Confesso que não era tudo tão perfeito. Às vezes a minha cabeça inventava coisas, eu esquecia que você não tinha a obrigação de estar comigo. Eu me irritava, te ligava, te enchia de culpas. E você vinha me acalmar, dizendo que tudo estava bem. Eu chorei, você sabe disso. Duas vezes com a cabeça no teu ombro, soluçando. Meu medo da solidão. Eu perguntei se você também ia embora como todos os outros tinham feito, e você me abraçou forte. Hoje eu percebo que um abraço não significa não. Porque você se foi.
Tão efêmera quanto a sua chegada, foi sua partida. Assim, de qualquer jeito. Sem um último abraço, um último beijo. Sem me perguntar o que eu estava sentindo. Frio, inexpressivo, tentando justificar a sua vontade de sumir no meu sofrimento. Queria ter escutado essas palavras antes, quando eu ainda te achava um zero à esquerda. Queria que naquele momento você tivesse sumido da minha vida. Eu dei muitas pistas pra você enxergar o quão rígido era meu coração por tudo o que já sofri. Sinto como se você tivesse pego exatamente as ferramentas certas pra derretê-lo. O problema é que não fostes capaz de moldá-lo depois. Ter que te dizer tchau por telefone foi horrível. Principalmente porque posso refazer a cena do último fim de semana, da despedida romântica que tivemos. Soubesse eu que teria sido a última, teria me precavido. Talvez tivesse te desejado mais naquela noite. Ou menos, nos últimos meses.
Agora não faz mais diferença. Você não passa de um homem igual a todos os outros. Igual a todos que me abandonaram pelo mesmo motivo. Uma causa sem explicação. Um tédio. Um tédio que eu me pergunto o que fazer para deixar de possuir.
Gostei de você. Desejei você. De uma maneira muito diferente. Aprendi o quão bom é estar com alguém não só pelos instintos, mas também pelo coração. E que nesse caso, os instintos podem ser mil vezes mais recompensantes...

Não tive um bom dia. Senti tua falta. E muito sentirei amanhã, quando os estudos esgotarem minhas forças. Você era a minha válvula de escape, a minha recarga pra aguentar o mais difícil. Não, você não consegue entender o quanto eu te quero de volta. Não, você não vai voltar. Assim como todos os outros se você voltar, vai ser pra me usar mais um pouco, aumentar minha saudade. Em meio à lágrimas, descrenças e verdades não aceitas, só uma coisa consigo pensar: muitos eu fui capaz de esquecer. Muitas relações que eu imaginava que morreria sem. E se hoje você assume esse lugar, se hoje você é pra mim importante, hesito. É só mais um pra esquecer, pra colocar no lugar morto da memória. É só mais um que não foi capaz de me amar da maneira como eu gostaria. E que foi covarde o suficiente pra me dizer adeus por telefone.

domingo, 13 de março de 2011

Tô indo atrás do meu maior sonho.
A gente se vê...

quarta-feira, 9 de março de 2011

carnaval

Minhas reflexões costumam me levar longe, sempre confirmando que se procurássemos ser mais racionais e menos emocionais nos sairíamos melhor em muitas coisas. Pode parecer difícil para uma mulher avaliar os fatos sem querer colocar os sentimentos no meio -nascemos pra colocar um pouco de coração onde os homens só colocam cérebro. Mas devíamos ser capazes de controlar nosso 'instinto emocional'. E somos, basta um pouquinho de persistência.
Não tive um carnaval muito bom, e simplesmente porque deixei que pensamentos inúteis dominassem minha mente. Não é muito fácil quando os fatos não acontecem exatamente como queremos, muito menos quando precisamos aceitar algo. Nos últimos dias, precisei aceitar que por mais que você seja especial pra alguém, não vai tomar o lugar dos seus amigos e do tempo que se passa com eles. E faz sentido. Romances são incógnitas, são incertezas para serem deixadas sempre em segundo plano. Porque é mais que comum que desapareçam tão rápido quanto vieram. E fazer de alguém o centro de tudo, é pedir pra logo mais...sentir o peso do nada!
Depois da choradeira, percebi o quanto minha mãe tem razão. O quanto deposito nas pessoas responsabilidades impossíveis de serem cumpridas. Quero que me amem. Isso parece normal. Mas mais: quero que demonstrem isso a todo instante. Quero que me elogiem, me bajulem, me incluam. Tenho uma necessidade absurda de saber que gostam de mim.
Preciso depositar mais expectativas em mim mesma, na minha fé, na minha família. Preciso colocar meus amigos em primeiro lugar, antes de qualquer romance.
Preciso viver hoje, sofrer o hoje. E o amanhã deixar para sofrer, se for preciso, amanhã.
Preciso ser melhor. Poderia ter aproveitado muito mais meu feriado. Se não deixasse meus níveis de serotonina baixarem tanto. (Y)

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Me culpo.
Fecho os olhos e sinto você
que há muito já não existes.
Será que um dia ficarei livre
para amar outro alguém?
Hoje quero bem, muito bem.
Mas amar, só amo você.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

AMIGOS?

Uma das coisas mais divertidas do mundo é descobrir que você não tem amigos. É chegar sábado à noite e ninguém, absolutamente ninguém te chamar pra fazer nada. Nada leia-se nada mesmo.
E o mais engraçado é encontrar as pessoas em algum momento e ouvir 'nossa, que saudades que eu estava de você, porque não ligou?' e dá aquela vontade louca de gritar:
1*se estava com saudades porque VOCÊ não me procurou, moro à 5 minutos de você.
2*não liguei porque estou cansada de ligar pra quem eu gosto e ser educadamente desprezada.
Na última semana fiz algumas tentativas de não passar a tarde sozinha na frente do computador:
-Oi fulana, que saudades... Viu, você quer vir em casa, nadar, tomar sol, jogar ps2, assistir filme, fazer alguma coisa boa pra comer...ou quem sabe dar uma volta por ai...andar de bike, tomar sorvete, ir no cinema...
Leia-se: porra, venha me fazer companhia, sou sua amiga, estou oferecendo o que tem de melhor ao meu alcance.
-Ah, sabe o que é...piscina + eu não combinam muito...
-Ah, não vai dar...tenho que acordar cedo amanhã...
-Ah, fica pra próxima, minha tia tá em casa.
-Ah, nem vai rolar...tô com cólica.
-Poxa, até iria...mas tô sem grana... (?)
-Ah, vamos sim...mas hoje não dá porque não tem ninguém pra me levar ai...

-PORRA, VOCÊ É CHATA, NÃO QUERO FAZER NADA COM VOCÊ.

Sinceramente, aposto que se aquele fulano que você curte, que não vale 1% de qualquer coisa, te chamasse pra ir dar um rolê na favela você ia. Mas pra quê, pra quê se importar com aquela amiga...ela tá sempre lá...é, mas depois que leva um toco quem tem que aguentar são os amigos.

Isso sem contar ver que a galera saiu, tirou um monte de fotos, curtiu a noite toda. E ninguém teve capacidade de te mandar um sms, avaliado em 0,31 cents+impostos.
A desculpa? Poxa...você sumiiiu!
¬.¬
Sumir quem sumiu foi o teu CU.
E não escrevo isso especificamente pra ninguém, mas pra todos aqueles pra quem já liguei/ convidei pra qualquer coisa e que me dispensaram, SABENDO que faziam aquilo por pura preguiça.

O pior de tudo isso é que é ele que tem que aguentar. Não faz sentido que se vocês sairam na sexta querem ver os amigos no sábado? Pois é...mas quando ela não tem amigos...VAI ENCHER O SACO ATÉ A MORTE: porque você foi sem mim!!
Pronto...a caminho de destruir MAIS UM relacionamento...

domingo, 13 de fevereiro de 2011

é engraçado olhar pro céu e achar a vida linda
é engraçado acreditar que tudo dará certo
é engraçado querer que o tempo passe
e sentir saudades da noite pro dia
é engraçado ficar assim
na incerteza das certezas mais certas
é engraçado que sempre haja
luz no fim do túnel
água no fim do deserto
mola no fim do poço
é engraçado ficar retardado
sonhando acordado
fazendo planos
é engraçado pensar 'ainda bem que eu dei uma chance'
quando não acreditava em nada.
é engraçado ficar retardado
por alguém.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

About you

"Repousei a cabeça em seu ombro esquerdo enquanto me afundava no colchão. O ambiente estava iluminado apenas pela luz da tv - cujo som se misturava ao do ventilador que chacoalhava num canto. Debaixo da colcha fina, no calor umedecido pela madrugada, sentia seu corpo -a barriga subindo e descendo, os pés gelados, as pernas enrroscadas- junto ao meu.
-Posso contar um segredo? - rompi o silêncio sussurrando.
Ele assentou com a cabeça e balbuciou algum som. Entendi que podia.
-Nunca me senti assim.
-Assim como? - ele devolveu.
-Assim tão... - não conseguia encontrar as palavras certas - tão...querida. Acho que ninguém nunca me tratou como você me trata.
-Não te entendo - ele retrucou como se estivesse indignado - você é linda...com certeza existem muitos querendo estar com você, é provável que eu seja só mais um.
Apertei as pálpebras por segundos que pareceram eternos. Mordi os lábios, suspirei. Engasguei com as frases que não queriam sair e tive medo. De súbito, senti uma de suas mãos segurando minha cintura e me aproximando mais -como se sentisse minha angústia. Sua barba por fazer arranhou de leve minha bochecha. Afastei o rosto.
- Minha beleza e meu bom humor atraem...infelizmente não são capazes de mais nada além disso. Sei que você conhece pessoas com quem já me relacionei. Por favor, olhe para eles apenas como aqueles que fizeram da carne a única valia, e que me ensinaram o peso da solidão.
Meus olhos estavam inchados d'água. Tornei-me mais ofegante. Ele permaneceu calado, atônito. Eu não queria chorar. Eu não podia chorar. Não muito depois, ele tirou a mão da minha cintura e pousou-a no meu queixo - virou-me o rosto em sua direção.
-Não quero olhar para ninguém- disse esboçando um sorriso tímido, suficiente para que eu visse o pequeno espaço entre seus dois dentes da frente - Não me importa nada do que passou.
E segurou com o indicador uma lágrima que escorreu pelo canto de um dos meus olhos.
-Ninguém nunca passou tanto tempo falando bobagens no telefone comigo, nunca me perguntaram onde eu queria ir. Ninguém nunca me fez brigadeiro só porque eu estava com vontade de doce, ninguém nunca dormiu comigo tantas vezes assistindo tv...-listei enquanto soluçava sem receios.
Olhei nos seus olhos, quase sentindo ofuscar a vista o brilho das suas pupilas azuis. Ensaiei, pisquei, afastei os lábios.
-Promete uma coisa? - não esperei que respondesse - Promete que não vai me deixar como tantos já fizeram? Promete tentar enxergar que sou mais que carne e ossos e que posso fazer você feliz?
Tencionei os músculos, prendi a respiração. A luz dava todos os tons de cobre ao seu cabelo claro; hesitei em tocá-los. Ele secou-me a face com os polegares, escorreu as mãos pelo meu cabelo e encostou a boca em meu ouvido.
-Promessas são dívidas - sussurrou - apenas por isso, tenho uma dívida com você.
E apertou com força os lábios contra os meus.
Tinha encontrado meu refúgio, minha paz e meu caminho."

Make it true...

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

QUINTA-FEIRA, 17 DE JULHO DE 2008

"O chacoalhar do ônibus pelas ruas esburacadas, se confundia com a pulsação em meu peito. Vinte e cinco graus, nenhuma brisa, sol a pico. E quanto mais o balanço se intensificava, mais eu sentia a vibração apertando. Aqui, ou lá. E batia forte, como se fosse explodir. E corria rápido, como se fosse decolar. A vista meio zonza, uma coca-cola e um pacote de batatas. Um relógio que não movia os ponteiros e o pensamento atordoado. Até que parou, porque me veio a luz de puxar a cordinha. E a respiração passou a se confundir com os passos pesados no asfalto. Aqui, ou lá. E fui subindo a rua cambaleando entre uma calçada e outra. Ensaiei um sorriso, arrumei o tênis, suspirei fundo. Abaixei para olhar pelo buraquinho do portão, como de costume. Tudo calmo. Levanto o olhar para a esquerda, e vejo quem eu mais queria ver. E então fecham-se as cortinas atrás de mim. Houve festa nos bastidores, mas só importa pra quem esteve lá."


Sinto como se fosse hoje - o tempo para algumas lembranças petrifica-se. As mentirinhas, as aventuras, as viagens cheias de expectativa. Sempre uma surpresa, uma novidade, um alívio. O telefone tocava e significava sim; o sol se pondo, chamava o fim. Contradigo. O tempo não parou. Passou correndo, trouxe mil e uma histórias. Quantos vai-e-vem sem sentido, quantas trilhas, estradinhas, jardins. Mas inevitavelmente surpreendo-me dormindo naqueles primeiros braços: que me ensinaram, que me descobriram. É coisa de louco. Vem gente, vai gente. E ninguém consegue ocupar o lugar que deixaram. Aquele nariz, aquela cicatriz, aquele olhar. Aqueles defeitos, aquela voz engraçada, aquele sono que roubava o meu. Aquele mistério, aquele carinho enigmático, traiçoeiro. Aquele prazer. Aquela mistura de imperfeições, de insanidades, das coisas que eu mais amava e mais me faziam bem.
Sinto como se fosse hoje. Odeio tê-lo conhecido. Nem sequer ameaço chorar. Mais intenso que isso - is called angústia. Seca. Dolorida. Eterna.
Daria muito, muito mesmo pra te ter denovo. Impossível. Nem nos conhecemos mais. É passado. Passado que me atormenta.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Dos lábios vermelhos, inchados, entreabertos;
Da imagem refletida no espelho, da simetria, da beleza;
Da penumbra, da bebida, do som.
De todo o contexto, de todas as sensações - uma suposição: e se virasse dinheiro?

*
Que falta você faz, com as tuas manias, teu jeito, teus mistérios.
Que falta você faz, com o sentimento que eu não entendia.
Que falta você faz, depois de tantas viagens, meu único amor.
Tira esses pensamentos daqui, por favor...

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

uma sensação estranha.
vai, volta, ensaia, entra.
cutuca, faz graça, bota sorriso no rosto.
se desfaz.
e repete, faz cócegas, deixa alegre.
se refaz.
ah, deixa vai, deixa ela ficar.
fica sensação, fica coisinha boa!
vem morar aqui
nesse barco vazio, nessa casa desocupada.
pode ficar, te cuido, te quero, te gosto.

sensação... transforme-se em amor.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

"Se quiserdes cultivar vossa inteligência, cultivai as forças que ela deve governar. Exercitai continuamente o vosso corpo, tornai-o robusto e são, para torná-lo sábio e inteligente. Fazei-o trabalhar, correr, viver sempre em movimento. Que, em se fazendo um homem pelo vigor físico, ele o será também pelo espírito."


sacou?

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

everything is pink now...

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

shit

Nunca mais desenhei.
(E eu desenhava bem, e eu gostava, e era bom);
Nunca mais toquei piano.
(E eu tocava bem, e eu gostava, e era bom);
Nunca mais escrevi uma história.
(E eu escrevia bem, e eu gostava, e era bom);
Nunca mais li um livro.
(E eu sempre li, e eu gostava, e era bom);
Hoje é só revista de moda, dica de maquiagem, fofoca de famosa.
Hoje é só balada de madrugada, vodka a festa inteira, noite mal dormida.
Hoje é só vício por academia, neura com dieta, hipertofia suplementos dropdropdropdr...
Hoje é só jogo verde, pouca vergonha, sexo à qualquer hora.
Hoje é só construir uma imagem perfeita (perante a quê?)
Uma escultura de areia, uma coisa que passa.
Hoje é cavar um vazio.
Porque hoje, ninguém liga pra'quilo que você é; de verdade.


sábado, 1 de janeiro de 2011

Querido Dan,

sei que faz muito tempo que não temos notícias um do outro; sei que talvez não sejamos as mesmas pessoas de quando nos falamos pela última vez. Mas mais um ano passou, e de algum lugar veio a vontade de te escrever. Queria poder te contar sobre todos os lugares por onde andei. Sobre tudo o que tive que enfrentar desde que nos despedimos naquela tarde - e senti que dali pra frente não dava mais pra contar com você.
Acho que as maiores alegrias vieram daquelas crianças que visitei ao longo do ano. Cada sorriso, cada abraço, cada risada. Cada olhar cheio de vida, alheio à qualquer sentimento ruim que os adultos carregam. Sutilezas que me faziam sentir que vale a pena se doar, e que mantiveram intensa a minha vontade de um dia fazer algo mais pelas pessoas. Sempre voltava pra casa com o coração apertado, lembrando daquelas coisinhas tão frágeis, tão sinceras. Queria poder trazê-los para comigo, todos. Você precisava ver como me fizeram bem, como me senti especial ao ouvir: 'tia, eu sei que demoramos pra nos dar bem, mas agora eu não queria que a semana tivesse acabado; trouxe uma rosa pra você.' de uma garotinha de doze anos. Você precisava ver...
Quantas pessoas eu conheci também, pessoas das quais tive vontade de falar para você: quando me magoavam, quando me faziam rir, quando passaram de simples colegas para bons amigos. A Mariana, a amizade mais curiosa e mais estranha que eu já tive. Uma história meio de filme, meio patética, meio louca. Eu sei que você a conhece. Mas não importa, eu adorei tê-la conhecido. É uma das pessoas mais fofas e mais parecidas comigo que eu tenho como amiga. Nós trocávamos livros, riamos das mesmas bobagens. Ela que me fez tocar piano de novo... Ainda tenho esperança de que um dia a gente faça faculdade juntas, e que a gente volte a ser tão próxima - já que a correria não facilitou as coisas. E teve o Fer também. Eu queria ter te contado a loucura que foi essa amizade, se você não estivesse tão distante de mim. Hoje acho que a gente nem é mais amigo, talvez tenhamos cansado um do outro. Pra falar a verdade, ele ocupou perfeitamente o seu lugar na minha rotina, e eu não teria sobrevivido sem ele. Mas eu fico chateada em saber que foi uma amizade passageira...não que a nossa também não seja...mas ele não me enganava tão bem quanto você.
Alguns dos amigos que estudavam com a gente perdi o contato, outros nem parece que um ano passou. E das meninas, a Carol que era minha inseparável (você deve lembrar), hoje não passa de uma colega. Quantas doideiras a gente dividiu...pena que algumas pessoas acabamos perdendo pelo caminho.
Ah, eu larguei o ballet, não passei o vestibular, arranjei um trabalho no shopping. E tantas outras coisas que eu gostaria de te contar...como é lindo Porto Seguro, como realmente aconteceu aquilo que você tinha dito que era legal que acontecesse. Como foi perfeito ver o nascer do sol à beira mar depois de ter passado a noite inteira acordada curtindo. Quantas vezes eu parei pra pensar 'nossa, que bom seria se o Dan estivesse aqui, se eu pudesse falar pra ele o que eu estou sentindo; se ele pudesse me dar um abraço daquele e me confortar.' Quantas coisas eu gostaria de ter dividido com você.
Eu estou feliz por ter terminado o cotuca, por ter conseguido uma bolsa no cursinho, por ter feito deste ano o melhor que pude. Estou feliz por todas as loucuras, todas as pessoas que conheci, todas as festas que fui. Estou feliz porque vou correr atrás dos meus sonhos, porque muita coisa vai mudar este ano. Sei que vou fazer novos amigos, mudar de casa, viver novas tensões, resolver outros exercícios impossíveis de matemática que me fazem chorar. Sei que vou passar por coisas que nem imagino, e que não adianta fazer previsões ou promessas - a vida sempre nos apronta algumas.
Eu gostaria de ter notícias tuas. De saber como você está -de verdade, sem mentir, sem tentar parecer mais forte do que você é. Eu sei que teve gente que ficou um pouco mais especial pra você este ano, eu tenho certeza que muitas coisas devem ter te acontecido. Eu gostaria que você desse notícias, pelo menos pra eu ter certeza que você está bem sem mim.
De resto, esta talvez seja a última carta minha. Porque estou me mudando pra longe, porque estou começando uma vida nova. E porque já não sinto por você aquela coisa chata e insuportável que você teve que aguentar. Acho que hoje só quero saber como você está, como amigo, como irmão. Mas só. Todo o resto já me é estranho na memória, quanto mais na realidade.
Que você tenha um ótimo 2011, que você fique bem.
Não importa quão longe estejamos, sempre penso em você.
Te quero bem Dan, espero que você entenda isso.
Com carinho, Mara.