sábado, 28 de agosto de 2010
Sei lá...
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Qual a distância entre nós,
se estáticos nos afastamos, por descuido, distração?
Qual o tempo necessário para que um nome querido,
se transforme em ruído qualquer?
Qual a força de quem vence o medo; de ser sozinho, de fracassar,
e atira-se sobre o espelho, sem receio de estilhaçar sua imagem?
Qual a pressão imposta à mim, para que cresça, para que não pare e não pense,
apenas consuma, exagere, e me derrube?
Qual a razão entre dar e receber,
doar e ser consumido, ensinar e aprender?
Qual o fluxo de calor entre nós,
quando o pensamento nos coloca juntos uma ultima vez?
Qual a porcentagem do meu corpo que aceita estar onde estou?
Qual a média dos meus dias, arando terrenos que desconheço?
Qual o gráfico que melhor representa este caminho que criei, no qual sou guia e sou turista, vou à frente e consigo me perder?
Qual o rendimento das frases que digo, quando queria calar-me?
Qual a direção dos raios do sol, se as flores do meu beiral murcharam?
Qual o sentido em caminhar, se me disseram que um dia haverá tele transporte?
Tente aplicar as tuas fórmulas,
que pareciam as chaves daqueles problemas.
Tente organizar os dados,
seguir a tua estratégia de resolução.
Tente encontrar o valor das incógnitas,
ainda que seja um exercício literal.
Ao fim verás que viver está fora do sistema internacional de medidas.
Que a intensidade dos teus sentimentos, dos teus atos, não pode ser calculada.
E que o ser humano invocou que
cálculos explicam o mundo,
porque não aceita que a complexidade do que existe dentro de si
é maior do que tudo o que ele é capaz de compreender.
Agora me sinto livre para questionar-te:
Quais as dimensões do que transborda do teu coração?
Idealismo necessário
Olhe para a criança cuja pele engole os ossos.
Olhe para o homem que das entranhas vomita traças.
Olhe para a mulher de corpo em carne viva.
O que você vê?
Olhe para a criança em febre ardendo.
Olhe para o homem que arrasta seus atrofiados membros.
Olhe para a mulher de rosto em carne viva.
O que você vê?
Olhe para a dor.
Que na imparcialidade não escolhe raça, cor ou opção.
Olhe para a dor.
Que deita lado a lado, o rico e o pobre, o justo e o trapaceiro.
Olhe para a dor,
Que vai despedaçando histórias numa loteria.
Ei, o que você vê?
Eu vejo pássaros iguais a mim,
Mas que a doença a liberdade ao pé da cama amarrou.
Eu vejo pássaros iguais a mim,
Mas que a doença rompeu as asas e as penas arrancou.
Eu vejo o semblante esmigalhado,
Eu ouço pedir ajuda o clamor.
E no mais fundo do meu ser, grita uma voz:
“Porque tu tens assas, é que deves ir”.
“Voa alto e busca a cura.”
“Seja dela percussora e ajuda-os a também voar.”
“Ah sim”, exalto eu.
Hei de infiltrar nos confins do conhecimento
Se isto as feridas cicatrizar.
Hei de a quem falta devolver o sangue que já não corre,
O ar que não mais vem,
As forças que faltam para levantar.
Hei de ter as mãos que unem os vasos rompidos,
Anestesiam os sofrimentos sentidos,
Consertam os corações partidos.
Hei de ser apoio na gloriosa chegada,
E o confortar quando só resta esperar pela partida.
Do próximo, o bem estar, há de ser o maior objetivo;
E seu sorriso, a maior das recompensas.
Hei de ter a sensibilidade como aliada de profissão.
E superar, por uma única razão, os desafios:
Nada há de ser mais gratificante do que as mãos estender,
Lutar pela existência,
Trazer de volta a alegria.
Porque são pássaros iguais a mim
É que hei de consertar as asas rompidas,
Tão logo faça medicina,
Medicina por amor a vida.
domingo, 22 de agosto de 2010
Sorrindo (nov./2009)
"Das vezes em que pousei
A cabeça em teu peito,
Só me resta a vaga idéia
Do teu palpitar.
Não havia nada
Senão tal compasso,
Acelerado que era,
Indo e vindo,
Num curioso saltar.
E tudo virava bruma,
Espairava e sumia.
Enquanto meu rosto afundado em teu abraço,
Tragava os sons;
E sorria.
Das vezes em que pousei
Os meus olhos nos teus,
Só me resta a vaga idéia
Do teu olhar.
Quão tenro era, ao avistar-me a caminho;
Que mistérios tinha
Ao deixar-se brilhar.
E tudo virava bruma,
Espairava e sumia.
Enquanto em tuas pupilas
Meu semblante era reflexo,
E eu entregue;
Sorria.
Das vezes em que pousei
As mãos em teu corpo,
Só me resta a vaga idéia do teu exaltar.
Ínfimos detalhes, ocultos.
E segredos.
Pele que ardia,
Quisera eu provar.
E tudo virava bruma,
Espairava e sumia.
Enquanto meus dedos
Procuravam a saída,
Eu arrepiava.
E sorria.
Das vezes em que pousei
Os meus lábios nos teus,
Só me resta a vaga idéia
Do teu beijar.
Indiscutível sintonia;
Pelas nuvens o caminho.
Tudo em um
Ensaiado flutuar.
E tudo virava bruma,
Espairava e sumia.
Enquanto minh’alma
Ansiava eufórica.
E sorria.
Mas o tempo fez das lembranças,
Distantes como o céu e mar.
A brisa já não trás
Teu cheiro.
A comida já não tem
Teu gosto.
A chuva já não é
Teus braços.
Nem o sol teu riso alegre.
Ainda assim,
És pra mim aquele azul.
Que colore,
Que perdura,
E aproxima o céu do mar."
other one...
sábado, 21 de agosto de 2010
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Sentimento (2009)
"De inicio é sutil.
Infiltra-se quente,
Dilata os poros, alcança as entranhas.
Emaranha-se nos cabelos;
Entrelaça-se na memória.
E então revela-se:
Misterioso; sufocante; necessário,
À olhos tão cegos, à ouvidos tão surdos.
Se correspondido é mel; é volúpia; é cor.
Traz o beijo, aproxima o sol;
Concretiza a ânsia e tudo acalma.
Mas se incapaz de perdurar,
Dilacera a alma, derrama os céus.
Ensangüenta os sentidos.
Apodrece a razão.
E cria a falsa esperança,
Pela qual voa-se sem asas, corre-se sem membros,
Fere-se sem lança.
De repente, existir são só lembranças.
E a dor é companheira.
De um tal de amor – obsessivo!
Num coração à deriva."
Sentimento (2009)
"De inicio é sutil.
Infiltra-se quente,
Dilata os poros, alcança as entranhas.
Emaranha-se nos cabelos;
Entrelaça-se na memória.
E então revela-se:
Misterioso; sufocante; necessário,
À olhos tão cegos, à ouvidos tão surdos.
Se correspondido é mel; é volúpia; é cor.
Traz o beijo, aproxima o sol;
Concretiza a ânsia e tudo acalma.
Mas se incapaz de perdurar,
Dilacera a alma, derrama os céus.
Ensangüenta os sentidos.
Apodrece a razão.
E cria a falsa esperança,
Pela qual voa-se sem asas, corre-se sem membros,
Fere-se sem lança.
De repente, existir são só lembranças.
E a dor é companheira.
De um tal de amor – obsessivo!
Num coração à deriva."
é um dos poemas que eu falei, lembra?