sábado, 28 de agosto de 2010

Sei lá...

Aquilo era uma terapia. Tinha um antes, um depois. Uma conversa, um 'como você está', 'como tem passado o tempo'. Era uma forma de aliviar todas as tensões -as físicas e as mentais. O tempo em que se podia fugir do mundo, refugiar-se numa cadeira reclinável com alguém disposto a te ouvir. Está mais do que claro: era altamente terapêutico. Tinha um carinho, um afeto, um 'se eu tiver que te amar vou fazê-lo só por hoje'. E dava pra sair daquela sessão com força pra enfrentar qualquer coisa, com um sorriso que destruía qualquer impecílio. E porque? Não sei. As pessoas tem dessas de conseguir te colocar em pé simplesmente te escutando. Rindo contigo, dividindo um abraço, um cochilo e um travesseiro.
Agora não usufruo mais dessa psicologia. É cada um por si, ninguém quer se dividir. E é a única coisa que realmente falta: aquele 'oi, essa tarde é sua, e não vai terminar quando eu terminar.'


quarta-feira, 25 de agosto de 2010

tô com uma vontade enorme de me apaixonar, de fazer as coisas simples que as pessoas apaixonadas fazem...tô com vontade de experimentar o outro lado dessa história...


amanhã show de talentos.
lerei.
estou tensa, estou feliz.
torce por mim?
(:

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Qual a distância entre nós,

se estáticos nos afastamos, por descuido, distração?

Qual o tempo necessário para que um nome querido,

se transforme em ruído qualquer?

Qual a força de quem vence o medo; de ser sozinho, de fracassar,

e atira-se sobre o espelho, sem receio de estilhaçar sua imagem?

Qual a pressão imposta à mim, para que cresça, para que não pare e não pense,

apenas consuma, exagere, e me derrube?

Qual a razão entre dar e receber,

doar e ser consumido, ensinar e aprender?

Qual o fluxo de calor entre nós,

quando o pensamento nos coloca juntos uma ultima vez?

Qual a porcentagem do meu corpo que aceita estar onde estou?

Qual a média dos meus dias, arando terrenos que desconheço?

Qual o gráfico que melhor representa este caminho que criei, no qual sou guia e sou turista, vou à frente e consigo me perder?

Qual o rendimento das frases que digo, quando queria calar-me?

Qual a direção dos raios do sol, se as flores do meu beiral murcharam?

Qual o sentido em caminhar, se me disseram que um dia haverá tele transporte?

Tente aplicar as tuas fórmulas,

que pareciam as chaves daqueles problemas.

Tente organizar os dados,

seguir a tua estratégia de resolução.

Tente encontrar o valor das incógnitas,

ainda que seja um exercício literal.

Ao fim verás que viver está fora do sistema internacional de medidas.

Que a intensidade dos teus sentimentos, dos teus atos, não pode ser calculada.

E que o ser humano invocou que

cálculos explicam o mundo,

porque não aceita que a complexidade do que existe dentro de si

é maior do que tudo o que ele é capaz de compreender.

Agora me sinto livre para questionar-te:

Quais as dimensões do que transborda do teu coração?

Idealismo necessário

Olhe para a criança cuja pele engole os ossos.

Olhe para o homem que das entranhas vomita traças.

Olhe para a mulher de corpo em carne viva.

O que você vê?

Olhe para a criança em febre ardendo.

Olhe para o homem que arrasta seus atrofiados membros.

Olhe para a mulher de rosto em carne viva.

O que você vê?

Olhe para a dor.

Que na imparcialidade não escolhe raça, cor ou opção.

Olhe para a dor.

Que deita lado a lado, o rico e o pobre, o justo e o trapaceiro.

Olhe para a dor,

Que vai despedaçando histórias numa loteria.

Ei, o que você vê?

Eu vejo pássaros iguais a mim,

Mas que a doença a liberdade ao pé da cama amarrou.

Eu vejo pássaros iguais a mim,

Mas que a doença rompeu as asas e as penas arrancou.

Eu vejo o semblante esmigalhado,

Eu ouço pedir ajuda o clamor.

E no mais fundo do meu ser, grita uma voz:

“Porque tu tens assas, é que deves ir”.

“Voa alto e busca a cura.”

“Seja dela percussora e ajuda-os a também voar.”

“Ah sim”, exalto eu.

Hei de infiltrar nos confins do conhecimento

Se isto as feridas cicatrizar.

Hei de a quem falta devolver o sangue que já não corre,

O ar que não mais vem,

As forças que faltam para levantar.

Hei de ter as mãos que unem os vasos rompidos,

Anestesiam os sofrimentos sentidos,

Consertam os corações partidos.

Hei de ser apoio na gloriosa chegada,

E o confortar quando só resta esperar pela partida.

Do próximo, o bem estar, há de ser o maior objetivo;

E seu sorriso, a maior das recompensas.

Hei de ter a sensibilidade como aliada de profissão.

E superar, por uma única razão, os desafios:

Nada há de ser mais gratificante do que as mãos estender,

Lutar pela existência,

Trazer de volta a alegria.

Porque são pássaros iguais a mim

É que hei de consertar as asas rompidas,

Tão logo faça medicina,

Medicina por amor a vida.

domingo, 22 de agosto de 2010

Sorrindo (nov./2009)

"Das vezes em que pousei

A cabeça em teu peito,

Só me resta a vaga idéia

Do teu palpitar.

Não havia nada

Senão tal compasso,

Acelerado que era,

Indo e vindo,

Num curioso saltar.

E tudo virava bruma,

Espairava e sumia.

Enquanto meu rosto afundado em teu abraço,

Tragava os sons;

E sorria.

Das vezes em que pousei

Os meus olhos nos teus,

Só me resta a vaga idéia

Do teu olhar.

Quão tenro era, ao avistar-me a caminho;

Que mistérios tinha

Ao deixar-se brilhar.

E tudo virava bruma,

Espairava e sumia.

Enquanto em tuas pupilas

Meu semblante era reflexo,

E eu entregue;

Sorria.

Das vezes em que pousei

As mãos em teu corpo,

Só me resta a vaga idéia do teu exaltar.

Ínfimos detalhes, ocultos.

E segredos.

Pele que ardia,

Quisera eu provar.

E tudo virava bruma,

Espairava e sumia.

Enquanto meus dedos

Procuravam a saída,

Eu arrepiava.

E sorria.

Das vezes em que pousei

Os meus lábios nos teus,

Só me resta a vaga idéia

Do teu beijar.

Indiscutível sintonia;

Pelas nuvens o caminho.

Tudo em um

Ensaiado flutuar.

E tudo virava bruma,

Espairava e sumia.

Enquanto minh’alma

Ansiava eufórica.

E sorria.

Mas o tempo fez das lembranças,

Distantes como o céu e mar.

A brisa já não trás

Teu cheiro.

A comida já não tem

Teu gosto.

A chuva já não é

Teus braços.

Nem o sol teu riso alegre.

Ainda assim,

És pra mim aquele azul.

Que colore,

Que perdura,

E aproxima o céu do mar."


other one...


sábado, 21 de agosto de 2010

seus olhos são esbugalhados e eu não gosto de você, ok?
nem um pouco, mesmo!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

tudo a minha volta parece despencar sobre mim, tudo parece querer me machucar, me afetar, me magoar; e isso só faz com que eu levante a cabeça e acelere o passo: se dessa estrada eu quero sair, não é caindo que vou fazê-lo...

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Sentimento (2009)

"De inicio é sutil.

Infiltra-se quente,

Dilata os poros, alcança as entranhas.

Emaranha-se nos cabelos;

Entrelaça-se na memória.

E então revela-se:

Misterioso; sufocante; necessário,

À olhos tão cegos, à ouvidos tão surdos.

Se correspondido é mel; é volúpia; é cor.

Traz o beijo, aproxima o sol;

Concretiza a ânsia e tudo acalma.

Mas se incapaz de perdurar,

Dilacera a alma, derrama os céus.

Ensangüenta os sentidos.

Apodrece a razão.

E cria a falsa esperança,

Pela qual voa-se sem asas, corre-se sem membros,

Fere-se sem lança.

De repente, existir são só lembranças.

E a dor é companheira.

De um tal de amor – obsessivo!

Num coração à deriva."


é um dos poemas...

ps: nesse mundo tem lugar pra todo mundo, você não acha? Me deseje o mal. Eu ainda te desejo tudo de melhor.

Sentimento (2009)

"De inicio é sutil.

Infiltra-se quente,

Dilata os poros, alcança as entranhas.

Emaranha-se nos cabelos;

Entrelaça-se na memória.

E então revela-se:

Misterioso; sufocante; necessário,

À olhos tão cegos, à ouvidos tão surdos.

Se correspondido é mel; é volúpia; é cor.

Traz o beijo, aproxima o sol;

Concretiza a ânsia e tudo acalma.

Mas se incapaz de perdurar,

Dilacera a alma, derrama os céus.

Ensangüenta os sentidos.

Apodrece a razão.

E cria a falsa esperança,

Pela qual voa-se sem asas, corre-se sem membros,

Fere-se sem lança.

De repente, existir são só lembranças.

E a dor é companheira.

De um tal de amor – obsessivo!

Num coração à deriva."


é um dos poemas que eu falei, lembra?

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Meu esôfago está em carne viva.
Olha, e tudo que eu precisava pra evitar isso era um pouco de água!


Sei lá, eu não achei que pudesse ficar pior. Mas eu sei que esse ano, diferente do ano passado, essa ressaca moral não vai me render amigos e um romance. Ah, não vai...

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Eu costumava ansiar pelo intervalo. Costumava sentir-me inserida num contexto. Eu conhecia as pessoas, eu fazia parte delas. Hoje eu só tenho fome, só preciso ir ao banheiro. Se algum dia aquele prédio foi a minha casa, se algum dia caminhar por lá significou algo, se algum dia eu escrevi uma história ali... hoje eu só sento na soleira da porta e fico ali, com o sol contra os olhos, sonhando com um novo começo. Aquela escola, morreu pra mim. E sinto como se co-existisse comigo mesma. Sinto, anseio, proclamo: coisas que não quero sentir, ansiar, proclamar. Eu mal vejo a hora em que Deus há de ouvir minhas súplicas. Com um mínimo disto, talvez este caos não existisse...

domingo, 1 de agosto de 2010

O amor não é ingrato como eu o conheço. O amor é dádiva do criador. E virá tão logo se refaça a chama da esperança. refaça a chama da esperança.