terça-feira, 21 de setembro de 2010

Alguns xingamentos.

Vontade mesmo eu tenho de falar. Falar, falar sem parar. Vomitar tudo que está engasgado aqui dentro. Ah, nessas horas um pouco de fé é bom. Basta encostar a cabeça no travesseiro para dizer 'pai, me escuta'. E anda sendo meu único refúgio.
Cada dia que passa odeio mais meu curso técnico, odeio mais as pessoas apáticas que encontro naquela sala. Odeio ser a pessoa que sou diante deles, porque ajo com descaso, porque não faço os trabalhos nem me preocupo com meu grupo. Sim, eu me sinto culpada por isso. Mas é uma repulsa absurda. Gosto do professor, gosto (e amo) as amigas que fiz estando ali. E odeio todo o resto. Toda a mesquinhez de perder tempo calculando a porcentagem de semelhança entre duas amostras, a inutilidade de saber o volume do pão. Que tudo se exploda, tem gente morrendo por aí e você me diz que tenho que calcular quantas placas deve ter o trocador de calor? Go fuck yourself! Eu sei que falta muito pouco, que não é hora pra desistir. Mas não consigo. É como se algo me empurrasse cada vez mais pra baixo, agarrasse meus calcanhares e dissesse 'você não vai conseguir'. E eu perco umas aulas, tirou umas notas vermelhas, faço descaso pra tudo. E consigo não me importar. Quero mesmo é que esse colégio vá a merda.
Se fosse só isso estava bom. Sobre afetividade poderia escrever uma tese. É um tal de amizades supérfluas, amigas que te colocam no meio da briga delas. É um descaso generalizado. E eles então, vou mandar todos pra casa do caralho. Desejo mesmo que todos vocês morram de câncer na cabeça de baixo. Por serem tão falsos, tão nojentos, tão vazios, tão oportunistas, tão egocêntricos, tão donos do mundo, tão machistas. Por vocês acharem que mulher é brinquedo, por não conseguirem raciocinar além do umbigo de vocês. E quer saber mais? É tudo mentira o que eu falo sobre não ter coração, sobre não me importar com nada. É mentira quando digo que não quero casar nunca, que vou morar sozinha com cinqüenta gatos e dez crianças. Tudo mentira. Mentira que eu gosto de beber, mentira que eu acho legal dançar a mesma nota a noite inteira. TUDO mentira. Mas todo mundo acredita. Sim, andei mentindo bem demais. Hoje ninguém leva à sério quando eu falo que não é verdade. Aquela lá? Sem coração. Paciência. Ouvi dizer que tem muita gente comprando carinho por um fim de semana. Eu vou comprar um pra vida inteira se for o caso. Cinqüenta gatos, dez crianças e muito dinheiro. Eu vou morrer assim, e você?
E já que mencionei coração, preciso mandar um recado que está entupindo a minha aorta(mais uma metáfora barata hoje): você é uma nojenta desgraçada, seus olhos são esbugalhados e eu não gosto de você. Sempre que eu te vejo tenho vontade de te bater até arrancar sangue, e juro que até o fim do ano vou fazê-lo. Quem é que deixou você roubar a cena assim, qual macumba você usou pra roubar o coração de quem nem coração tinha? E que raios você tem que eu não tenho? Cabeça pode ter certeza que não é, que aqui tem bastante. Por mim eu botava vocês dois num vidro de ácido e colocava na prateleira. Adoraria ver isso. Quer saber? Vai se foder. Vai lá, vai lá se foder com ele, que é a única coisa que ele sabe fazer direito. Vai lá, vai foder com os peitos que ela tem e eu não tenho. Que deve ser muito mais legal.
Por hoje deu, me encontre no hospício.

2 comentários:

Anônimo disse...

quanto ódio no coração...

Ana Fontenelle disse...

me identifico
fazia tempo que eu não lia o que vc escreve reu, como sempre um pouco de acidez, um pouco de verdades entaladas e que anonimos adooooram criticar, que se fodam as garotas de olhos esbugalhados \m/