Qual a distância entre nós,
se estáticos nos afastamos, por descuido, distração?
Qual o tempo necessário para que um nome querido,
se transforme em ruído qualquer?
Qual a força de quem vence o medo; de ser sozinho, de fracassar,
e atira-se sobre o espelho, sem receio de estilhaçar sua imagem?
Qual a pressão imposta à mim, para que cresça, para que não pare e não pense,
apenas consuma, exagere, e me derrube?
Qual a razão entre dar e receber,
doar e ser consumido, ensinar e aprender?
Qual o fluxo de calor entre nós,
quando o pensamento nos coloca juntos uma ultima vez?
Qual a porcentagem do meu corpo que aceita estar onde estou?
Qual a média dos meus dias, arando terrenos que desconheço?
Qual o gráfico que melhor representa este caminho que criei, no qual sou guia e sou turista, vou à frente e consigo me perder?
Qual o rendimento das frases que digo, quando queria calar-me?
Qual a direção dos raios do sol, se as flores do meu beiral murcharam?
Qual o sentido em caminhar, se me disseram que um dia haverá tele transporte?
Tente aplicar as tuas fórmulas,
que pareciam as chaves daqueles problemas.
Tente organizar os dados,
seguir a tua estratégia de resolução.
Tente encontrar o valor das incógnitas,
ainda que seja um exercício literal.
Ao fim verás que viver está fora do sistema internacional de medidas.
Que a intensidade dos teus sentimentos, dos teus atos, não pode ser calculada.
E que o ser humano invocou que
cálculos explicam o mundo,
porque não aceita que a complexidade do que existe dentro de si
é maior do que tudo o que ele é capaz de compreender.
Agora me sinto livre para questionar-te:
Quais as dimensões do que transborda do teu coração?
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