segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Qual a distância entre nós,

se estáticos nos afastamos, por descuido, distração?

Qual o tempo necessário para que um nome querido,

se transforme em ruído qualquer?

Qual a força de quem vence o medo; de ser sozinho, de fracassar,

e atira-se sobre o espelho, sem receio de estilhaçar sua imagem?

Qual a pressão imposta à mim, para que cresça, para que não pare e não pense,

apenas consuma, exagere, e me derrube?

Qual a razão entre dar e receber,

doar e ser consumido, ensinar e aprender?

Qual o fluxo de calor entre nós,

quando o pensamento nos coloca juntos uma ultima vez?

Qual a porcentagem do meu corpo que aceita estar onde estou?

Qual a média dos meus dias, arando terrenos que desconheço?

Qual o gráfico que melhor representa este caminho que criei, no qual sou guia e sou turista, vou à frente e consigo me perder?

Qual o rendimento das frases que digo, quando queria calar-me?

Qual a direção dos raios do sol, se as flores do meu beiral murcharam?

Qual o sentido em caminhar, se me disseram que um dia haverá tele transporte?

Tente aplicar as tuas fórmulas,

que pareciam as chaves daqueles problemas.

Tente organizar os dados,

seguir a tua estratégia de resolução.

Tente encontrar o valor das incógnitas,

ainda que seja um exercício literal.

Ao fim verás que viver está fora do sistema internacional de medidas.

Que a intensidade dos teus sentimentos, dos teus atos, não pode ser calculada.

E que o ser humano invocou que

cálculos explicam o mundo,

porque não aceita que a complexidade do que existe dentro de si

é maior do que tudo o que ele é capaz de compreender.

Agora me sinto livre para questionar-te:

Quais as dimensões do que transborda do teu coração?

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