"Das vezes em que pousei
A cabeça em teu peito,
Só me resta a vaga idéia
Do teu palpitar.
Não havia nada
Senão tal compasso,
Acelerado que era,
Indo e vindo,
Num curioso saltar.
E tudo virava bruma,
Espairava e sumia.
Enquanto meu rosto afundado em teu abraço,
Tragava os sons;
E sorria.
Das vezes em que pousei
Os meus olhos nos teus,
Só me resta a vaga idéia
Do teu olhar.
Quão tenro era, ao avistar-me a caminho;
Que mistérios tinha
Ao deixar-se brilhar.
E tudo virava bruma,
Espairava e sumia.
Enquanto em tuas pupilas
Meu semblante era reflexo,
E eu entregue;
Sorria.
Das vezes em que pousei
As mãos em teu corpo,
Só me resta a vaga idéia do teu exaltar.
Ínfimos detalhes, ocultos.
E segredos.
Pele que ardia,
Quisera eu provar.
E tudo virava bruma,
Espairava e sumia.
Enquanto meus dedos
Procuravam a saída,
Eu arrepiava.
E sorria.
Das vezes em que pousei
Os meus lábios nos teus,
Só me resta a vaga idéia
Do teu beijar.
Indiscutível sintonia;
Pelas nuvens o caminho.
Tudo em um
Ensaiado flutuar.
E tudo virava bruma,
Espairava e sumia.
Enquanto minh’alma
Ansiava eufórica.
E sorria.
Mas o tempo fez das lembranças,
Distantes como o céu e mar.
A brisa já não trás
Teu cheiro.
A comida já não tem
Teu gosto.
A chuva já não é
Teus braços.
Nem o sol teu riso alegre.
Ainda assim,
És pra mim aquele azul.
Que colore,
Que perdura,
E aproxima o céu do mar."
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